Mourão rebate delação de Cid e diz não acreditar em tentativa de golpe

Ex-ajudante de ordens acusou Jair Bolsonaro de se reunir com autoridades do Exército para articular plano golpista

Ex-vice-presidente, Hamilton Mourão
Foto: MARCELO CAMARGO/AGÊNCIA BRASIL
Ex-vice-presidente, Hamilton Mourão

O ex-vice-presidente e atual senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS) disse neste domingo (24) não acreditar que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) esteve envolvido em um possível plano golpista. Para Mourão, embora Bolsonaro estivesse desgastado pela derrota nas eleições, não seria possível que ele ‘ultrapassasse as quatro linhas da Constituição’.

A declaração se refere a delação premiada do ex-ajudante de ordens Mauro Cid, que acusou o ex-presidente de se reunir com a alta cúpula militar para discutir a possibilidade de golpe no país. Na época, apenas o Almirante Almir Garnier Santos, da Marinha, teria aderido à ideia.

“Apesar de desgastado pela perda da eleição, não acredito que o JB estimulasse uma solução fora das quatro linhas da Constituição”, disse Mourão, em entrevista ao jornal O Globo.

Cid afirmou à Polícia Federal que Bolsonaro discutiu a minuta de um texto que promoveria intervenção militar e impediria a troca de governo. Além dele e do ex-ajudante de ordens, os chefes das Forças Armadas e ministros militares do Palácio do Planalto estavam presentes na reunião.

Mauro Cid ainda disse que apenas Garnier Santos aceitou o plano golpista. Ele teria dito a Bolsonaro que sua tropa estaria pronta para aderir a um chamamento do então presidente. Já o comando do Exército afirmou, naquela ocasião, que não embarcaria na ideia dos bolsonaristas.

A Polícia Federal tem tratado a delação de Mauro Cid como chave para as investigações e, por isso, tenta manter o máximo sigilo possível. No entanto, para haver responsabilização de alguns dos agentes citados, seriam necessárias provas.