STF arquiva processo contra aliados de Lira por fraude em kit robótica

Ministro Gilmar Mendes entendeu que as provas deveriam ser de competência do Supremo por envolver membros com foro privilegiado

Presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira
Foto: Bruno Spada / Câmara dos Deputados - 07/07/2023
Presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira

O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), arquivou o inquérito contra aliados do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (Progressistas-AL), por fraudes licitações para compras de kit robótica. A decisão atende a um pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR).

Mendes entendeu que o STF ‘usurpou a competência’ da primeira instância por haver suspeitas contra Lira, que possui foro privilegiado. As investigações foram enviadas à Justiça Federal, mesmo que Arthur Lira tenha sido citado no processo ao menos 27 vezes pela Polícia Federal.

Segundo as investigações, a fraude aconteceu na compra de equipamentos de robótica com verba do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), ligado ao Ministério da Educação (MEC). O prejuízo erário foi de R$ 8,1 milhões e sobrepreço, com prejuízo de R$ 19,8 milhões.

Os crimes aconteceram entre 2019 e 2022, de acordo com a PF. O inquérito também aponta que a contratação aconteceu somente para uma única empresa fornecedora dos equipamentos de robótica.

Um dos envolvidos é Luciano Cavalcante, ex-assessor e um dos principais aliados de Lira em Alagoas. A PF chegou a encontrar documentos com o nome “Arthur”, em referência ao presidente da Câmara, mas as provas colhidas foram anuladas pelo STF em agosto.

Arthur Lira sempre negou envolvimento em fraudes em licitações e criticou o vazamento das investigações à imprensa.