Na última quarta-feira (6), Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL-RJ), confirmou ao Supremo Tribunal Federal sua intenção de realizar uma delação premiada. O anúncio ocorreu durante uma audiência conduzida pelo juiz Marco Antônio, no STF, na qual o tenente-coronel compareceu por conta própria.
O ex-colaborador de Bolsonaro manifestou seu interesse em colaborar com as investigações em curso, mas a decisão final sobre a homologação de sua delação premiada ficará nas mãos do ministro Alexandre de Moraes, que analisará cuidadosamente o conteúdo das informações oferecidas por Cid.
A delação premiada é um instrumento legal que permite a colaboração de indivíduos em processos judiciais em troca de benefícios legais, como a redução de penas.
A audiência realizada no STF marca um novo capítulo na evolução das investigações envolvendo figuras-chave do governo anterior. Mauro, que ocupou a posição de ajudante de ordens do ex-presidente, é agora uma peça central no processo de investigações.
A Polícia Federal concordou em iniciar tratativas para uma delação premiada com Mauro Cid, de acordo com informações da jornalista Andreia Sadi, da GloboNews.
O tenente-coronel já prestou depoimentos à PF há aproximadamente três semanas, aguardando agora a posição do Ministério Público Federal quanto às condições do acordo. Importante ressaltar que a efetivação da delação somente ocorrerá após a homologação pelo Supremo Tribunal Federal.
As informações disponíveis até o momento não esclarecem claramente qual será o escopo da delação, uma vez que Mauro Cid é alvo de investigações em mais de um caso.
Acusações contra Mauro Cid
Dentre as suspeitas em torno de seu envolvimento, destacam-se a tentativa de trazer joias para o Brasil de forma irregular, a suposta comercialização ilegal de presentes oferecidos ao governo Bolsonaro, a alegada fraude em carteiras de vacinação, bem como seu suposto envolvimento na invasão do sistema do Conselho Nacional de Justiça e discussões sobre possíveis tratativas relacionadas a um hipotético golpe de estado.
Mauro Cid já prestou depoimentos que somaram mais de 10 horas no contexto da investigação sobre a invasão do sistema do CNJ pelo hacker Walter Delgatti. O invasor virtual se encontrou com Bolsonaro e recebeu dinheiro da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP).
Até o momento, a defesa de Mauro Cid não emitiu posicionamento sobre essa questão.