Durante a sessão da CPMI dos Atos Golpistas, a deputada Duda Salabert (PDT-MG) trouxe à tona uma perspectiva intrigante ao afirmar que a Polícia Militar do Distrito Federal teria adotado uma postura diferente caso professores estivessem presentes nas manifestações ocorridas em 8 de janeiro, em Brasília.
A declaração de Salabert ocorreu nesta terça-feira (29) enquanto a comissão inquiria o coronel Fábio Augusto Vieira, ex-comandante da PM-DF, que atualmente se encontra detido desde 18 de agosto devido a investigações relacionadas à suposta omissão da cúpula da polícia nos atos que questionavam a democracia.
Duda utilizou o momento para direcionar a pergunta ao coronel, abordando a possibilidade de que a presença de professores nas manifestações pudesse ter influenciado a abordagem da Polícia Militar.
“Por que a Polícia Militar acaba sendo tchuchuca com golpistas e, de outro lado, é tigrão com professores?”, indagou. “O que chamou a atenção foi a omissão da PM. E eu fico me perguntando, se fossem professores que estivessem naquela manifestação, se a PM agiria daquela forma que agiu com os golpistas. Eu sou professora e já participei de diversas manifestações. E [fui] recebida com bombas de gás lacrimogênio. Professoras amigas minhas foram violentadas e agredidas pela PM por cobrar melhor educação no país”.
Entretanto, o coronel preferiu não responder à questão, optando por permanecer em silêncio.
O ex-comandante justificou sua decisão de não responder à pergunta, alegando que não teve acesso à totalidade das investigações, o que inviabilizava a prestação de uma explicação completa sobre o assunto em discussão.
Duda defende o fim do bolsonarismo nas forças de segurança
Duda relatou que o Brasil precisa “desbolsonarizar as forças de segurança” porque há uma forte “ideologização das Forças Armadas e das polícias”.
"Foi ruim não só para a democracia, não só para o país, mas ruim para as forças de segurança, porque acabou manchando parte da história delas, atrelando as forças a uma tentativa de golpe", opinou a deputada. "Tivemos um presidente, o Jair Bolsonaro (PL), que queria transformar as forças de estado em milícias de governo. Era essa a intenção".