Na manhã desta quinta-feira (24), a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de janeiro aprovou a quebra de sigilos bancário e telemático da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) e do hacker Walter Delgatti Neto. A comissão ainda aprovou a reconvocação do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL).
Hoje, a CPMI aprovou:
- Quebra de sigilo telefônico e telemático de Zambelli;
- Relatório de Inteligência Financeira (RIF) da deputada;
- Quebra de sigilo telefônico e telemático de Bruno Zambelli, irmão de Zambelli;
- Quebra de sigilo telefônico e telemático de Tércio Arnaud Tomaz, ex-assessor de Bolsonaro;
- Quebra de sigilos bancário, fiscal, telefônico e telemático de Delgatti;
- Reconvocação de Cid;
- Convocação de Osmar Crivelatti;
- Pedido para que o Exército forneça processos, sindicâncias e inquéritos instaurados para investigar militares que deveriam ter feito a proteção do Palácio do Planalto no dia dos ataques do 8 de janeiro de 2023.
Nesta quinta, a CPMI ouve o depoimento do sargente do Exército Luís Marcos dos Reis, ex-assessor de Bolsonaro , em investigação que apura a possível participação de agentes públicos em uma tentativa de golpe de estado, após derrota de Bolsonaro nas últimas eleições.
A quebra de sigilos de Zambelli começou a ser defendida após ela ter sido apontada como a responsável por ordenar uma invasão aos sistemas do Poder Judiciário pelo hacker Walter Delgatti.
À Polícia Federal, o hacker disse que a deputada pediu que ele invadisse as urnas eletrônicas, além de contas de e-mail e o celular do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). De acordo com ele, a parlamentar teria pago a ele uma quantia de R$ 40 mil para invadir o sistema do Judiciário.
A quebra de sigilo foi motivo de discussão entre os parlamentares na última terça-feira (22). Aliados de Bolsonaro se mostraram contra a medida e pediram somente a convocação de Zambelli à comissão — debate que levou ao cancelamento da sessão dessa terça.
No dia seguinte, porém, o presidente da CPMI, deputado Arthur Maia (União-BA), decidiu pautar o requerimento. "Eu penso que, depois daquele depoimento do hacker, é importante que isso seja colocado, né? Havia vários requerimentos nesta direção [de quebra de sigilo da deputada]", afirmou Maia.
Já em relação a Mauro Cid, o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro já foi chamado para depor na CPMI, mas ficou em silêncio. Depois, surgiram novas acusações contra ele, de que Cid teria atuado para tentar vender presentes recebidos pelo governo brasileiro de líderes de outros países durante viagens oficiais.
Com isso, integrantes da CPMI passaram a defender que ele fosse reconvocado e comparecesse novamente para prestar depoimento.