GCM de folga saca arma; alunos relatam ameaças dentro do Campus da USP

A confusão ocorreu enquanto o agente da Guarda Municipal fazia segurança particular do youtuber membro MBL e suplente a deputado estadual Lucas Pavanato

GCM à paisana saca a arma e aponta para estudantes na USP; ele fazia segurança de membro do MBL, o youtuber e suplente de deputado estadual Lucas Pavanato
Foto: Reprodução
GCM à paisana saca a arma e aponta para estudantes na USP; ele fazia segurança de membro do MBL, o youtuber e suplente de deputado estadual Lucas Pavanato

O caso ocorreu na tarde de ontem (17) na Universidade de São Paulo (USP), quando um agente da Guarda Civil Metropolitana (GCM) de folga sacou sua arma em meio a dezenas de estudantes. A confusão escalonou para agressões e dois estudantes ficaram feridos no tumulto. A arma do agente foi apreendida para investigação e análise.

A confusão ocorreu enquanto o agente acompanhava o youtuber do MBL e suplente de deputado estadual Lucas Pavanato, que disputou o cargo em 2022 pelo Partido Novo. A situação resultou em alegações de ameaça por parte dos alunos, gerando indignação e preocupação.

Segundo relatos do Diretório Central dos Estudantes da USP e do Centro Acadêmico de História da universidade, o agente teria apontado a arma "para a cara de estudantes", causando tumulto e preocupação entre a comunidade acadêmica.

A presença do suplente de deputado e do agente da GCM desencadeou protestos e gritos de "recua, fascista, recua" por parte dos estudantes, que pediam a saída de ambos do campus.

Em um vídeo registrado no local, uma estudante denunciou: "A gente está aqui na FFLCH [Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas], o MBL trouxe um segurança armado para ameaçar os estudantes. Esses fascistas que estão ocupando nossa universidade. O cara tá armado, apontando a arma para os estudantes." O clima tenso obrigou a intervenção de um outro agente da GCM, descrito como amigo de Pavanato, para evitar um desfecho mais grave.

Em resposta aos eventos, Lucas Pavanato divulgou uma nota em que descreve o incidente como uma ação de jovens ligados a movimentos estudantis de extrema-esquerda. Ele afirmou que estava na universidade para gravar um vídeo sobre conhecimento histórico dos estudantes, mas que foi expulso de forma violenta por esses indivíduos, resultando na intervenção do agente da GCM para conter a situação. Pavanato fez um boletim de ocorrência e espera que os responsáveis sejam identificados e punidos.

A Diretoria da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP emitiu um comunicado oficial repudiando o ocorrido e expressando sua indignação com os atos agressivos e violentos que ocorreram em seu campus.

Paulo Martins, diretor da FFLCH, afirmou em um vídeo publicado no canal do YouTube da faculdade: "A nossa faculdade foi, em certa medida, ameaçada na sua integridade física, moral, por pessoas que são externas à Universidade de São Paulo." Ana Paula Torres Megiani, vice-diretora da FFLCH, destacou a prontidão da faculdade em tomar "atitudes drásticas" para evitar incidentes semelhantes no futuro.

A Secretaria da Segurança Pública (SSP) registrou o caso como lesão corporal e ameaça no 93° Distrito Policial, na Zona Oeste. De acordo com a SSP, houve uma discussão entre os alunos e os guardas municipais, resultando na sacada da arma pelo agente da GCM. Dois estudantes ficaram feridos no tumulto e foram solicitados exames médicos para avaliar a gravidade das lesões. A arma do agente foi apreendida para investigação e análise.