Bolsonaro diz que prisão de Mauro Cid é para forçar delação premiada

Ex-presidente não menciona investigação sobre joias em entrevista para canal de apoiadores

Foto: redacao@odia.com.br (Estadão Conteúdo)
Mauro Cid foi ajudante de ordem durante o governo Bolsonaro

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) deu entrevista a um canal de apoiadores e afirmou que a prisão de seu ex-ajudante de ordens, o tenente-coronel Mauro Cid, tem a finalidade de forçar uma delação premiada. A entrevista foi ao ar neste domingo (13), mas não há informações sobre a data de gravação.

Na última sexta-feira, a Polícia Federal deflagrou uma operação para apurar um esquema de desvio de joias presenteadas ao presidente da república pelo governo da Arábia Saudita. Mauro Cid é investigado por levar as joias para o exterior e tentar comercializar as peças, um kit de joias da marca de luxo Chopard, sem autorização da União.

De forma espontânea, o ex-presidente citou Mauro Cid, afirmando que possui dois auxiliares diretos presos por 90 dias, e também “dois auxiliares indiretos, que estão na ativa, o [Mauro] Cid mais o Sargento [Luis Marcos] Reis, cuja punição - se forem culpados, podem até ser, não sei - não seria passível dessa preventiva que estão sofrendo agora”.

Continuando a fala, o ex-presidente disse que acredita que a prisão de seu ex-auxiliar é para atingi-lo: “O objetivo é sempre aquela história de uma delação premiada. Vai delatar o quê? E a outra [finalidade] é me atingir.

O caso das joias e a operação Lucas 12:2 não foram citados na entrevista, que não teve data de filmagem revelada. Até o momento, documentos revelaram que a Polícia Federal irá pedir a  quebra dos sigilos bancário e fiscal da ex-primeira dama Michelle Bolsonaro, enquanto a defesa do ex-presidente já afirmou que irá  oferecer o sigilo bancário de Bolsonaro como prova de que ele não possui envolvimento com o caso.

O tenente-coronel Mauro Cid, e seu pai, o general Mauro Lourena Cid, foram alvos de buscas na operação. A Polícia Federal aponta que os recursos obtidos seriam repassados para Bolsonaro. Desde sexta-feira, Bolsonaro ou Michelle não se pronunciaram oficialmente sobre o caso.

Além de Jair e Michelle Bolsonaro, Mauro e Lourena Cid, o advogado  Frederik Wassef e o assessor Osmar Crivelatti também estão sendo investigados pela operação