Lira afirma que sem o Centrão, o Brasil 'seria uma Argentina'

O presidente da Câmara dos Deputados afirmou e entrevista a uma rádio que Lula deve rever a composição ministerial do governo

Foto: Bruno Spada / Câmara dos Deputados - 07/07/2023
Presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), cedeu uma entrevista para a rádio Mix FM, de Maceió, nesta segunda-feira (07). Segundo o parlamentar, o bloco do Centrão é essencial para o Brasil, dizendo que caso ele não existisse, o país se tornaria "uma Argentina".

"Muitos falavam assim: ‘o deputado Arthur Lira é sustentáculo do governo Bolsonaro; é quem dá apoio.’ Mas qual era o ministério que a gente tinha no governo Bolsonaro: Qual espaço? Nunca prezei por isso. Muitas vezes que falam que Lira quer a Saúde, o centrão quer aquilo. É importante dizer que, se o Brasil não tivesse Centrão, seria uma Argentina”, diz Lira na entrevista.

Segundo o parlamentar, o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), está estudando para a inclusão dos partidos do Centrão na base do governo. Além disso, ele levanta que a reforma ministerial para abarcar o Republicanos e o PP está prevista para logo após a viagem à Belém, no Pará.

Os ministérios na mira da reforma são o Ministério da Saúde, que está sob o comando de Nísia Trindade, e os ministérios do Esporte e Desenvolvimento Social e a Caixa. Anteriormente o governo já trocou o comando do Ministério do Turismo, que estava sob o comando de Daniela Carneiro (União Brasil), que agora segue sendo comandado por Celso Sabino (União Brasil).

Na entrevista, o presidente da Câmara disse que está trabalhando para conduzir as decisões da Casa com bastante diálogo. Mas ele afirma que está sendo "difícil porque temos um governo presidencialista com uma constituição parlamentarista”. Ele diz que o principal entrave é a base enxuta, que "quando se elegeu só tinha uma base de 130 parlamentares”.

"O governo Lula precisa refletir. O ministério dele foi feito em cima de uma perspectiva da PEC da Transição, não balanceou a Câmara e o Senado. Tem bastante Senado nos ministérios e pouca Câmara. Tem partido com 15, 30 deputados com 3 ministérios; tem partido com 50 que não tem nenhum. Se o critério do governo é de acomodação de partidos na Esplanada, está desequilibrado”, diz o parlamentar.