O deputado Rogério Correia (PT-MG) apresentou um requerimento para que Maria Farani Rodrigues, ex-assessora da Presidência durante o governo de Jair Bolsonaro (PL-RJ) seja convocada.
O motivo da convocação está relacionado a uma série de e-mails trocados entre Farani e o tenente-coronel Mauro Cid, nos quais há indícios de uma negociação envolvendo um relógio da marca Rolex. No entanto, a convocação não é vista com bons olhos por toda a base governista.
Maria Farani ocupou o cargo de assessora no Gabinete Adjunto de Informações do Gabinete Pessoal do presidente da República em 2022. Até junho deste ano, ocupou um cargo no gabinete da senadora Damares Alves (Republicanos-DF), que é integrante titular da CPI dos Atos Golpistas e foi ministra.
Nos e-mails, Farani demonstra interesse em adquirir o relógio Rolex e questiona o valor que Mauro Cid espera receber pela peça. Ela menciona a baixa do mercado para relógios usados, principalmente os cravejados de platina e diamante, antes de prosseguir com a negociação.
Em resposta, Mauro Cid informa que o relógio nunca foi utilizado e esclarece que se trata de um presente recebido durante uma viagem oficial. Ele sugere a venda do Rolex por aproximadamente 60 mil dólares.
Embora exista na lista de presentes recebidos pelo ex-presidente Bolsonaro um Rolex cravejado de diamantes, não é possível confirmar que se trata do mesmo relógio mencionado na troca de mensagens.
Vale destacar que o Rolex cravejado de diamantes foi devolvido pela defesa de Bolsonaro em abril deste ano, após a Polícia Federal abrir uma investigação sobre um conjunto de joias da Arábia Saudita, avaliado em R$ 5 milhões, retido pela Receita Federal no aeroporto internacional de Guarulhos (SP).
O ex-presidente diz que não participou de qualquer irregularidade. A convocação de Maria Farani Rodrigues agora precisa de aprovação dos membros da CPI.