Exclusivo

CPMI: retomada terá reconvocações e 'muita intensidade', diz Eliziane

Iniciada em 25 de maio, a comissão já ouviu oito depoentes e aprovou mais de 300 requerimentos

Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado - 27.06.2023
Relatora da CPMI do 8 de Janeiro, senadora Eliziane Gama (PSD-MA)

A CPMI dos atos golpistas retoma os trabalhos nesta terça-feira (1º) com foco na Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e no ex-ministro da Justiça, Anderson Torres. O primeiro a ser ouvido após o recesso será o ex-diretor-adjunto da Abin, Saulo Moura da Cunha. Além disso, é esperado que alguns depoentes sejam reconvocados.

De acordo com a relatora da comissão, Eliziane Gama (PSD-MA), a retomada dos trabalhos no segundo semestre terá "muita intensidade".

"Provavelmente, alguns depoentes serão reconvocados para explicar informações que não revelaram nas primeiras oitivas”, revela a senadora ao iG .

Iniciada em 25 de maio , a CPMI já ouviu oito depoentes e aprovou mais de 300 requerimentos, entre eles estão convocações de testemunhas, pedidos de informação e quebras de sigilos.

Na última reunião, em 11 de julho, o depoente foi o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid Barbosa. Ele fez uso do habeas corpus apresentado ao Supremo Tribunal Federal (STF) e não respondeu a nenhuma pergunta durante a oitiva .

Ainda na  última sessão do semestre, foram aprovados 90 requerimentos . Destes, ocorreram pedidos de quebras de sigilo, solicitações de informação e relatórios financeiros.

A lista inclui as quebras de sigilos de:

  • George Washington de Oliveira Sousa 
  • Mauro Cesar Barbosa Cid
  • Jorge Eduardo Naime 
  • Jean Lawand Júnior 
  • Osmar Crivelatti
  • Cleiton Henrique Holzschuk 
  • Adriano Alves Teperino
  • Jonathas Diniz Vieira Coelho  
  • Daniel Lopes de Luccas
  • Luis Marcos dos Reis 
  • Danilo Isaac Calhares 
  • Marcelo Costa da Câmara

A comissão aprovou ainda um pedido de acesso a todos os dados bancários de Silvinei Vasques, ex-chefe da Polícia Rodoviária Federal (PRF) investigado por supostamente tentar interferir no segundo turno das eleições presidenciais de 2022. Ele prestou depoimento no dia 20 de junho e foi um dos mais questionados pela bancada. 

Dias depois do recesso, a CPMI afirmou que há indícios de que Silvinei Vasques teria participado de “fatos preparatórios” aos atos. “Após a oitiva do impetrante como testemunha, o colegiado entendeu haver indícios de que o impetrante teria participado, enquanto diretor-geral da PRF, de possíveis fatos preparatórios ao 8 de janeiro. Chegou-se a cogitar, inclusive, a prisão do impetrante por falso testemunho”, afirmou a comissão.

Sobre os documentos solicitados, a relatora da comissão afirmou que “muitos deles sigilosos, já começaram a chegar. A partir dessas informações poderemos dar uma sequência mais robusta ao nosso plano de trabalho”.



Novas convocações

Na última reunião, o presidente da comissão, Arthur Maia (União Brasil) anunciou que uma subcomissão com seis parlamentares decidirá quais requerimentos de convocação entrarão em pauta. 

“Essa comissão composta por seis parlamentares ficaria responsável pela elaboração da relação de depoimentos que serão aprovados na próxima reunião, quando voltarmos do recesso. Seria, portanto, uma lista consensual”, explicou. 

Veja quem já prestou depoimento no primeiro semestre:


  • 20 de junho - oitiva de Silvinei Vasques, ex-chefe da Polícia Rodoviária Federal (PRF).

  • 22 de junho - oitiva de Valdir Pires Dantas Filhos, perito responsável pela elaboração do laudo da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), Renato Martins Carrilho, Leonardo de Castro, diretor de Combate à Corrupção e Crime Organizado da Polícia Civil do Distrito Federal e George Washington de Oliveira Souza, condenado por atentado próximo ao aeroporto de Brasília.

  • 26 de junho -  oitiva de Jorge Eduardo Naime, ex-chefe de operações da PM do Distrito Federal.

  • 27 de junho - oitiva de Jean Lawand Júnior, coronel do Exército.

  • 11 de julho -  oitiva de Mauro Cesar Barbosa Cid, tenente-coronel e ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).