Policiais celebraram, em perfis nas redes sociais, a morte de supostos envolvidos na morte do agente das Rondas Ostensivas Tobias Aguiar (Rota) Patrick Bastos Reis, na última quinta-feira (27), decorrentes da Operação Escudo, no Guarujá. Ao menos 8 pessoas foram mortas na operação, que mobilizou 600 agentes.
Nas publicações, há uma atualização de “placar” de vítimas, com a afirmação de tratar-se de uma “caçada” contra os criminosos, segundo informações da Ponte Jornalismo. No perfil do soldado Diogo Raniere Rodrigues Lima, uma publicação dizia que “mais vagabundo[s]” foram “para a pedra”.
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos),
afirmou nesta segunda-feira (31) que 8 pessoas morreram nas intervenções policiais, contrariando os dados divulgados pelo ouvidor Claudio Aparecido da Silva, que disse ter havido pelo menos 10 pessoas mortas. Ele ainda afirmou que está “extremamente satisfeito com a ação da polícia”, e que “não houve excesso”.
Relatos de crueldade
De acordo com denúncias feitas ao ouvidor Claudio Aparecido da Silva,
moradores do Guarujá haviam relatado que policiais torturaram e mataram um homem, e teriam prometido matar ao menos 60 pessoas em comunidades da cidade. Na sexta-feira, um vendedor ambulante teria sido morto com nove tiros, e a família teria o encontrado com queimaduras de cigarro e corte no braço.
Na noite da última quinta-feira, Patrick patrulhava uma área próxima à comunidade da Vila Zilda quando foi atingido por disparos de a uma distância entre 50 e 70 metros. Ele chegou a ser socorrido e atendido no Pronto Atendimento, mas não resistiu aos ferimentos. Um outro policial também foi baleado. O suposto atirador foi preso nesta segunda-feira, junto a “outros três envolvidos”, de acordo com o governador.