O ex-sargento do Corpo de Bombeiros, Maxwell Simões Correa , preso ontem (24) pela Polícia Federal por suspeita de envolvimento na morte da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes , movimentou milhões com a abertura de empresas nos últimos anos, segundo a PF.
De acordo com informações do colunista, Aguirre Talento, do UOL , Maxwell realizava a venda clandestina de TV a cabo no bairro Rocha Miranda, na Zona Norte do Rio e era próximo do ex-policial militar Ronnie Lessa , que atirou contra a vereadora, de acordo com a delação premiada de Élcio de Queiroz , também participante do crime.
O delatador disse que o ex-bombeiro foi responsável por assumir os negócios dede Lessa após a prisão dele, em 2019.
Segundo a PF, Maxwell abriu duas empresas em 2021. Três meses depois, uma delas movimentou R$ 5,3 milhões. Ainda, a conta bancária do ex-bombeiro recebeu R$ 2,6 milhões e fez repasses de R$ 2,7 milhões. A corporação estima que a conta pode ter sido usada para legalizar recursos ilícitos.
Na delação, Élcio disse que Maxwell vigiou a vereadora e participaria do crime no seu lugar, mas acabou sendo trocado pelo ex-PM. Suel, como é conhecido, foi preso ontem durante a Operação Élpis.
A delação premiada
O ministro Flávio Dino afirmou na segunda-feira (24) que Élcio Queiroz, réu por envolvimento no assassinato da vereadora Marielle Franco, após revelar mais informações do crime em delação premiada, terá benefícios em razão do acordo, mas permanecerá preso. Segundo Dino, a delação de Élcio e a prisão de Suel representam um “evento de enorme importância”, e encerra a apuração sobre a execução das vítimas em si. "As cláusulas ainda permanecem sob sigilo judicial, mas posso afirmar que o senhor Élcio continuará preso em regime fechado. Inclusive, onde se encontra”, detalhou.
As investigações, porém, seguem para chegar aos possíveis mandantes do crime, e levarão "sem dúvida" aos mandantes do assassinato de Marielle Franco, afirmou o ministro na coletiva.
O delegado Jaime Cândido, da Polícia Federal do Rio de Janeiro, alegou durante coletiva de imprensa realiza hoje (24) que, "Élcio foi convencido a delatar porque Ronnie garantiu que não havia pesquisado sobre Marielle, o que gerou desconfiança em Élcio".
Élcio relatou que Lessa sabia exatamente quem era Marielle, mas não tinha informações sobre o veículo utilizado ou se ela estava acompanhada de algum motorista. "Não, ele não sabia do veículo, não disse nada. Ele suspeitou porque um homem estava em pé na porta com um celular, então ele pensou que fosse aquele carro", detalhou Élcio.
O laudo do Instituto Médico-Legal (IML) sobre o exame no corpo da vereadora, feito no dia 15 de março, um dia após o crime, revelou que Marielle Franco morreu com quatro tiros próximos na cabeça. A perícia constatou que os tiros entraram pela parte traseira do lado do carona, onde Marielle estava sentada.