Presidente do PL solta o verbo contra ministro Moraes: "Engraçadinho"

Valdemar Costa Neto acusou o ministro Alexandre de Moraes de perseguir o ex-presidente Jair Bolsonaro

Foto: Reprodução/Globonews
Valdemar Costa Neto, presidente do PL


Em uma entrevista à Folha de S.Paulo, publicada nesta segunda-feira (24), o presidente do Partido Liberal (PL), Valdemar Costa Neto, fez duras críticas ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, o acusando de tomar medidas autoritárias e demonstrando a sua insatisfação.

Perguntado sobre a decisão de endossar o discurso do ex-presidente Jair Bolsonaro em relação à lisura das urnas eletrônicas e ter realizado uma auditoria para questionar o processo eleitoral, o cacique político afirmou que não se arrepende de sua atitude. Segundo ele, o próprio tribunal incentivava os partidos a fiscalizar, e ele contratou uma equipe técnica do Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA) para realizar a auditoria.

“O Alexandre de Moraes não me respondeu nada e me deu uma multa de R$ 22,9 milhões. É isso que o pessoal da direita não se conforma. Por isso que atacam ele [Alexandre]. Um partido levar uma multa dessa? E R$ 22,9 milhões, que são dois mais dois, mais nove, que é o número 13, do PT. Que engraçadinho. Eles devem achar muito gozado isso aqui”, disparou.


Quando questionado se acredita que Moraes toma medidas autoritárias, o presidente do PL minimiza essa possibilidade, classificando o episódio da multa como uma "brincadeira" e reforçando a interpretação de que o número 13, associado ao PT, foi uma escolha proposital. Ele também menciona a data escolhida para julgar o presidente Bolsonaro no TSE, o dia 22, que coincide com o número do PL, insinuando uma motivação política por trás dessa decisão.

“Aí vão julgar o Bolsonaro, tem tantos dias para escolher do mês, ele escolhe o dia 22 [número do PL]. Isso, o cara do PL, da direita, que fez isso com ele [agrediu Moraes] lá na Itália, acompanha. Esse é o problema. Não somos nós que fazemos campanha contra ele. Ele [o apoiador de Bolsonaro] vê um negócio desse e não se conforma”, comentou.

“Isso não é [medida] autoritária, é uma brincadeira. Dois mais dois, mais nove é igual a 13. Número do PT [...] E o 22? Não acha que ele pensou nisso? Julgou Bolsonaro dia 22 no TSE. Acha que foi ao acaso?”, indagou.

Apesar de suas críticas, o presidente do PL não assume uma posição de fazer campanha contra o ministro do STF, mas aponta para o fato de que certos apoiadores de Bolsonaro podem interpretar esses acontecimentos como um ataque à direita, o que acirra ainda mais o clima político do país.