O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), afirmou nesta sexta-feira (21) em entrevista à CNN Brasil que a ideia de propor uma internação compulsória como medida para tentar resolver o problema de dependentes químicos na Cracolândia não foi descartada. No entanto, a ação é vista como “último caso”, e pode ser usada “quando todas as outras possibilidades estiverem esgotadas, como forma de salvar vidas”.
Tarcísio disse entender que as pessoas “precisam de acolhimento”, e que a internação compulsória seria uma “medida extrema”. “Obviamente, é uma medida extrema que pode ser usada com cuidado em último caso”, revelou.
O governador, porém, afirmou não existir “uma bala de prata para o problema” e que as “muitas políticas públicas” existentes “precisam conversar”. A internação compulsória seria usada “quando todas as outras possibilidades estiverem esgotadas, como forma de salvar vidas”, ainda de acordo com o governador de São Paulo.
Nova decisão
Na terça-feira (18), Tarcísio de Freitas havia afirmado que pretendia migrar a concentração dos dependentes químicos – atualmente em Campos Elíseos, parcialmente na região da Luz – para o bairro do Bom Retiro. O governador disse, na ocasião, que os usuários ficaram mais próximos do Complexo Prates, centro de atendimento da Prefeitura de São Paulo que atende a população em situação de rua e também dependentes químicos, além de estarem próximos ao Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas (Caps).
Moradores da região do Bom Retiro repudiarem a ação e especialistas em segurança pública apontaram para os riscos da atitude. O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), afirmou, na quarta-feira (19), não ter sido consultado sobre o tema, invocando um “mal-entendido”, segundo ele, com Tarcísio. No dia seguinte, quinta-feira (20), Tarcísio de Freitas informou que havia desistido da transferência. “Não vai funcionar. Vou voltar atrás. Sou humano. Não tenho problema de corrigir o caminho”, disse.