A possível cassação do senador Sergio Moro (União Brasil-PR) levantará uma disputa interna no PT. Caso o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) decida pela perda do mandato do ex-juiz da Lava Jato, o estado do Paraná terá que passar por uma nova eleição pra escolher seu representante no Senado.
Neste sábado (24), Zeca Dirceu afirmou à coluna Painel, da Folha de S.Paulo, que está “super animado” com a chance de concorrer ao cargo. O líder do PT na Câmara dos Deputados declarou que o processo contra Moro terá um desfecho negativo para o ex-juiz.
O PT é o autor da ação contra Moro por abuso de poder econômico, caixa dois, irregularidades em contratos e utilização indevida dos meios de comunicação. A Justiça juntou o processo junto com o pedido feito pelo PL.
"Ainda é cedo, mas já tem muita gente cogitando isso [sua candidatura ao Senado], só me entusiasma", comentou o filho do ex-ministro José Dirceu.
Porém, Zeca Dirceu terá que se resolver com a deputada federal e presidente do PT, Gleisi Hoffmann, para ser representante do partido numa eventual eleição ao Senado no Paraná.
Gleisi manifestou nos bastidores seu interesse em concorrer ao cargo. “A mim ela nunca informou isso, nas reuniões do partido também não foi feita essa discussão. Mas obviamente é legítimo que outras lideranças queiram disputar. Nos damos muito bem, jamais haverá briga, sempre no diálogo, acordo e entendimento”, contou Dirce.
Quem é favorito?
Conforme apurou a coluna, Gleisi Hoffmann é a favorita para concorrer a senadora, caso Moro seja cassado e a Justiça Eleitoral determine nova eleição.
Gleisi é vista como “primeira na fila” e tem o apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e de figuras históricas do Partido dos Trabalhadores.
Mas Zeca Dirceu tem o apoio de nomes que possuem grande prestígio dentro do Congresso Nacional, o que poderá ser um fator importante na hora das negociações.
O martelo só será batido depois que ocorrer o julgamento do processo de Moro. Se ele for cassado, a definição será feita o mais depressa possível.
Moro e o julgamento
Moro entrou na mira da justiça por conta das suas despesas durante a pré-campanha. Na ocasião, ele se colocou à disposição para concorrer à Presidência da República pelo Podemos.
Porém, em março do ano passado, ele deixou o Podemos e se transferiu para o União Brasil. No novo partido, ele não conseguiu viabilizar uma candidatura para presidente.
Depois de muita negociação, conseguiu concorrer ao cargo de senador. Inicialmente, transferiu o título de eleitor para São Paulo com o objetivo de concorrer no estado paulista. Mas a Justiça Eleitoral determinou que ele voltasse para o Paraná.
Os eleitores paranaenses escolheram Moro para representá-los, o que fez adversários questionarem o trabalho desenvolvido pelo ex-juiz durante a pré-campanha.
Por ter se colocado à disposição à Presidência da República, PT e PL afirmam que o senador teve uma despesa “desproporcional” e prejudicou “os demais concorrentes” ao Senado no Paraná.
Moro afirmou várias vezes que sua campanha seguiu a lei e que não há qualquer irregularidade. Também acusou o PT e PL de tentarem removê-lo do Senado no “tapetão”.
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