CPMI do 8 de janeiro: Ex-diretor da PRF diz que, se errou, vai "pagar"

Silvinei prestou depoimento à CPMI para falar da sua atuação na PRF durante a eleição de 2022

Silvinei Vasques na CPMI dos Atos Golpistas
Foto: Reprodução: TV Senado - 20/06/2023
Silvinei Vasques na CPMI dos Atos Golpistas


O ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal Silvinei Vasques disse nesta terça-feira (20) que concorda em “pagar”, caso tenha cometido algum crime. Porém, declarou que está tranquilo sobre sua atuação de chefe da PRF. A fala foi feita durante a CPMI dos Atos do 8 de janeiro, quando apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL-RJ) invadiram e depredaram as sedes dos Três Poderes.

"Se eu errei, eu vou pagar. Eu tenho certeza, tenho consciência tranquila. Não fiz nada errado. Por isso respondi tudo e volto quantas vezes for preciso. Estou aqui à disposição para fazer acareação com quem for necessário", discursou.

Silvinei é acusado de ter utilizado a estrutura da PRF para prejudicar a ida de eleitores do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) aos locais de votação do 2° turno de 2022.

Segundo o Ministério da Justiça, há uma “atipicidade” na fiscalização de ônibus em várias cidades do Norte e Nordeste, no qual Lula tinha alcançado índices expressivos no 1° turno.

“Se falou muito que a PRF, no segundo plano da eleição, direcionou a sua fiscalização para o Nordeste brasileiro, isso não é verdade. Não é verdade porque o Nordeste brasileiro é a região onde mais temos infraestrutura da PRF no Brasil", afirmou Silvinei.

Silvinei e a relação com Bolsonaro

O ex-direitor-geral da PRF afirmou que não tinha intimidade com Bolsonaro e a relação entre eles era apenas “muito profissional”.

"O presidente Bolsonaro, eu nunca fui, em nenhuma festa, por exemplo, da filha dele mais nova, não sou padrinho, não sou parente. Nunca votei nele, porque meu título de eleitor está em Florianópolis, sempre esteve lá. O que a gente tinha era uma relação muito profissional", comentou.

"A relação com ele era muito profissional, em algumas vezes ele me ligou. Ele saía para ver como é que estava o serviço público, parava, falava com caminhoneiro. Caminhoneiro reclamava: 'Olha, em tal ponto da rodovia tem acidente', 'em tal ponto da rodovia os caminhões estão sendo assaltados'. Ele dizia: 'Vasques procura resolver isso aí, dar uma atenção, pessoal está sofrendo muito na estrada", completou.

Ele também considerou normal ter pedido voto para Bolsonaro na véspera da eleição. “Eu postei a bandeira do Brasil e aí como começou (sic) algumas críticas na imprensa, eu fui lá e apaguei, mas era a minha rede social, no sábado, quando eu estava de folga, no meu celular e usando a minha internet", concluiu.


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