O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se reunirá com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG) e com o senador Davi Alcolumbre (União Brasil-AP) para medir o termômetro da sabatina para indicação do nome de Cristiana Zanin a uma vaga no Supremo Tribunal Federal (STF). O encontro está marcado para segunda-feira (19), no Palácio do Alvorada.
Na reunião, Lula deverá receber um parecer sobre as articulações pelo nome de Zanin, que será sabatinado na quarta-feira (21) pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado. No dia da entrevista, Lula estará em Roma, na Itália, onde deverá se reunir com o Papa Francisco.
A expectativa do governo é de fácil aprovação na CCJ e de ao menos 55 votos no plenário no Senado. Pacheco pretende colocar a indicação em votação ainda na quarta-feira, após receber o resultado da votação na comissão.
A indicação de Zanin foi confirmada no último dia 1º de junho, embora seu nome já corresse pelos bastidores do Palácio do Planalto. O magistrado foi advogado de Lula durante a Operação Lava Jato e foi o responsável por reverter a condenação do petista.
Nos últimos dias, Cristiano Zanin acelerou a sua campanha no Senado e, inclusive, já estabeleceu uma meta de apoio. O advogado, que precisa de 41 votos para ter a sua nomeação chancelada, quer chegar a 55 votos favoráveis entre os 81 senadores.
O número, porém, pode ser ainda maior, com apoio da base de oposição. Zanin tem se reunido com senadores de outros partidos para garantir uma votação expressiva na Casa.
Lula ainda deve conversar com os senadores sobre as articulações do governo com o Congresso Nacional. Nos últimos dias, o Planalto tem agilizado a nomeação de indicações de parlamentares para cargos de segundo e terceiro escalão no governo, visando o apoio no Legislativo.
O petista já tinha se reunido com o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (Progressistas-AL), na última semana. Na reunião, ambos apontaram as possíveis soluções para melhoria do relacionamento entre o governo e os parlamentares.
Pressão de Alcolumbre
Embora seja um dos principais articuladores do petista no Senado, Davi Alcolumbre deve cobrar a nomeação de Rodrigo Pacheco para a cadeira de Rosa Weber, que aposentará do STF em setembro.
Na visão de Alcolumbre, o nome de Pacheco é bem avaliado pelos senadores e poderia passar por unanimidade pela Casa. O senador ressalta que o nome também segue as determinações da Constituição Federal sobre o notório saber jurídico e a reputação ilibada.
Nos bastidores, Alcolumbre se movimenta para tentar retomar a cadeira de presidente do Senado. Ele já se coloca como candidato em 2025, mas estuda a viabilidade de tentar um mandato-tampão, caso Pacheco vá para o STF.
Se confirmado e eleito, Davi Alcolumbre poderá ficar na cadeira de presidente do Senado por ao menos seis anos. Ele pretende usar o mesmo argumento de Rodrigo Maia, que disputou duas eleições para a presidência da Câmara, além de um mandato-tampão após a cassação do deputado Eduardo Cunha.