Os advogados de Jair Bolsonaro (PL-RJ) afirmou nesta sexta-feira (16) que o ex-presidente não participou do “roteiro do golpe”. O plano tinha como objetivo afastar ministros do Supremo Tribunal Federal e impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Mais cedo, a revista Veja divulgou conversas do celular de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, em que mostram um plano para ocorrer um golpe de estado no Brasil. A defesa do ex-presidente diz que as mensagens comprovam a inocência dele.
“Os novos diálogos revelados pela revista Veja comprovam, mais uma vez, que o presidente Bolsonaro jamais participou de qualquer conversa sobre um suposto golpe de Estado”, diz trecho da nota enviada para a imprensa.
“Registramos, ainda, que o ajudante de ordens, pela função exercida, recebia todas as demandas – pedidos de agendamento, recados etc – que deveriam chegar ao presidente da República. O celular dele, portanto, por diversas ocasiões se transformou numa simples caixa de correspondência que registrava as mais diversas lamentações”, acrescenta.
Nas mensagens, Cid foi cobrado por integrantes das Forças Armadas para convencer Bolsonaro a realizar um golpe de Estado, após a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva nas eleições presidenciais de 2022. O tenente-coronel está preso desde o dia 3 de maio e se manteve em absoluto silêncio durante depoimento à Polícia Federal.
Roteiro do golpe foi encontrado no celular de Cid
Segundo a Veja, a maioria das mensagens teve o coronel Jean Lawand Junior, subchefe do Estado-Maior do Exército, como remetente. Elas foram enviadas durante o mês de dezembro.
Outras foram enviadas por um grupo de militares e algumas de Gabriela Cid, esposa do tenente-coronel. A Ticiana Villas Bôas, filha do general Eduardo Villas Bôas, também aparece nos textos.
Cid respondia as cobranças em poucas palavras. Ele disse "infelizmente" quando Lawand percebeu que não seria possível realizar um golpe.
Além disso, uma espécie de roteiro para a instauração de um golpe de Estado foi encontrado no celular de Mauro Cid. Nele, havia Bolsonaro nomearia um interventor, que estaria no comando da Polícia Federal e poderia suspender atos que ele considerasse inconstitucionais.
Em uma das fases do plano, havia a etapa de afastar os ministros do Tribunal Superior Eleitoral alegando que eles seriam os “responsáveis pela prática de atos com violação de prerrogativa de outros Poderes”, de acordo com o documento.
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