O senador Marcos do Val (Podemos-ES) afirmou nesta quinta-feira (15) que contou toda a verdade em depoimento à Polícia Federal sobre reunião com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL-RJ) e o ex-deputado Daniel Silveira. A entrevista à GloboNews ocorreu após a operação de buscas e apreensões da PF feitas em endereços ligados ao parlamentar.
O senador é suspeito de ter obstruído investigações das autoridades. Investigadores apresentaram postagens feitas por Do Val nas redes sociais como indícios de tentativas de sabotar as apurações.
Na entrevista, Marcos do Val declarou que só contou uma versão para a Polícia Federal sobre o episódio envolvendo Bolsonaro e Silveira.
"Quando ele me incluiu lá atrás no relatório com o argumento de que eu dei várias versões, mas eu dei apenas uma versão na Polícia Federal e disse para todos. A versão dos fatos e a verdade absoluta está no depoimento que eu dei naquela época em fevereiro", explicou.
"O que é verdade e importa aqui é que no depoimento da PF, que foi o depoimento oficial, lá está a verdade plena e absoluta. Então, não foram dadas outras versões", acrescentou.
A PF solicitou ao Supremo Tribunal Federal que o senador fosse preso, mas o ministro Alexandre de Moraes negou o pedido e apenas determinou a busca e apreensão nas residências ligadas ao parlamentar.
No trabalho realizado pelos policiais federais, foram encontrados documentos, computadores, celulares e equipamentos relacionados ao senador.
A PF também encontrou conversas entre o ex-deputado federal bolsonarista e o senador do Podemos. As mensagens mostram indícios de que a dupla agiu em conjunto na tentativa de sabotar as investigações sobre o 8 de janeiro e definiu ações para atacar o Supremo Tribunal Federal e Tribunal Superior Eleitoral.
PF acusa Marcos do Val de propaganda fake news
Em entrevista a Veja, no dia 2 de fevereiro, o senador disse que havia sido "extorquido" pelo ex-presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), para que participasse de uma trama golpista. Segundo ele, um grampo seria colocado em Moraes para motivar um pedido ilegal de prisão ao ministro.
Mais tarde, o senador afirmou que o plano golpista foi projetado pelo ex-deputado Daniel Silveira e que o ex-presidente Jair Bolsonaro não impediu o aliado.
Em dezembro de 2022, Do Val disse que participou de uma reunião com Bolsonaro e Silveira, onde recebeu um pedido para gravar uma conversa com o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal. Durante o encontro, o parlamentar conduziria o magistrado a "falar que em alguns de seus processos ele ultrapassou a linha da Constituição", com o objetivo de prender Moraes e impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
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