O ex-assessor Luciano Cavalcante foi exonerado do gabinete da liderança do Progressistas na Câmara dos Deputados após ser alvo de uma operação da Polícia Federal. A exoneração foi assinada na última sexta-feira (2) pelo presidente da Casa, Arthur Lira (Progressistas-AL).
Cavalcante é alvo de uma investigação de fraudes em licitações e lavagem de dinheiro por meio de compra de equipamentos de robótica em Alagoas. Na casa dele, a PF encontrou mais de R$ 4 milhões em dinheiro vivo.
Luciano Cavalcante foi assessor e aliado próximo de Lira quando o presidente da Câmara liderava o partido na Casa. Após a ascensão do alagoano à presidência, Cavalcante passou a trabalhar com André Fufuca (Progressistas-BA), que lidera o Progressistas atualmente.
Antes de trabalhar com Arthur Lira, o ex-assessor foi comissionado no gabinete do senador Benedito Lira (Progressistas-AL), pai do presidente da Câmara.
Luciano Cavalcante nega participação nos crimes. Já Lira diz não ser um dos investigados, mas não comentou o envolvimento de aliados nos crimes.
MEC também exonerou aliado de Lira
Alexsander Moreira, funcionário do Ministério da Educação (MEC) e um dos alvos da Polícia Federal na Operação Hefesto, foi exonerado pelo governo Lula nesta segunda-feira (5). A corporação investiga fraudes e lavagem de dinheiro na venda de kits robótica para escolas em Alagoas.
A decisão foi publicada no Diário Oficial da União hoje, mas entrou em vigor no dia 1º dia. O ministro Rui Costa, da Casa Civil foi quem assinou a portaria.
Moreira era diretor de Apoio à Gestão Educacional da Secretaria de Educação Básica do MEC, onde avaliava o cumprimento de metas do PNE (Plano Nacional de Educação) e era responsável por recomendar o repasse de verbas. Ele ainda é apontado como um dos aliados do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL).
A operação
A Operação Hefesto deflagrada na última quinta-feira (1º) pela Polícia Federal. Durante a ação, os agentes cumpriram mandados em endereços de pessoas ligadas a Arthur Lira.
A operação realizada em quatro estados e no Distrito Federal, mirava um grupo suspeito de desviar R$ 8 milhões em uma fraude praticada entre 2019 e 2022. Segundo a Polícia Federal, os equipamentos foram comprados para 43 municípios no estado do Alagoas com verbas do Fundo Nacional do Desenvolvimento da Educação (FNDE).
A PF iniciou a apuração da possível fraude após uma reportagem do jornal Folha de S.Paulo informar que a empresa Megalic, de Maceió, chegou a cobrar cerca de R$ 14 mil por kit as prefeituras do estado do Alagoas. No entanto, a empresa teria adquirido os kits por um valor muito menor (R$ 2.700) de um fornecedor no interior do estado de São Paulo.
Após isso, o Tribunal de Contas da União (TCU) determinou ao governo federal a suspensão dos repasses e dos contratos com a empresa para a compra dos objetos.