O deputado federal cassado Deltan Dallagnol (Podemos-PR) prestou depoimento nesta segunda-feira (5) à Polícia Federal . A oitiva começou às 11h e terminou por volta das 12h30. O ex-procurador da Lava Jato respondeu a todos os questionamentos feitos pelos investigadores.
O parlamentar se tornou alvo da justiça depois que acusou, em várias entrevistas, ministros do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) de cassarem o seu mandato porque tinham o objetivo de ocupar uma vaga no STF (Supremo Tribunal Federal). Porém, ele não apresentou nenhuma prova.
Por conta disso, a Polícia Federal abriu um inquérito para poder apurar as declarações. Ao ser questionamento sobre o tema, Dallagnol declarou que está protegido pela imunidade parlamentar, conforme revelou o Portal UOL em primeira mão e confirmado pelo Portal iG – Último Segundo.
O processo está sob responsabilidade do ministro Alexandre de Moraes, que determinou o sigilo do caso. Só que os advogados de Deltan avisaram que pedirão a íntegra da apuração porque entendem que o inquérito é de “interesse público” e o principal objetivo do ex-procurador é dar “transparência” ao tema.
A defesa do deputado cassado diz que não tem motivo para o magistrado do Supremo manter o inquérito em sigilo, porque as falas de Dallagnol foram públicas.
A Polícia Federal passou a investigar o caso depois que Deltan acusou o ministro Benedito Gonçalves de se posicionar a favor da cassação para ter uma vaga no Supremo. A fala ocorreu em entrevista à Folha de S.Paulo e também ao programa Roda Viva, da TV Cultura.
“Um ministro chega ao tribunal superior não só porque é indicado pelo presidente, mas porque é apoiado por uma série de partidos e figurões da nossa República. [...] Essas pessoas querem vingança, o sistema quer vingança”, afirmou Dallagnol. Ele não apresentou nenhuma prova.
Dallagnol recorreu ao STF
No dia 16 de maio, o TSE condenou Dallagnol por fraude eleitoral ao pedir demissão do Ministério Público Federal para impedir que processos abertos fossem finalizados, o que poderia levá-lo a ficar inelegível e o tirando das eleições ao ano passado.
A punição do tribunal foi à cassação de mandato do ex-procurador, deixando-o inelegível por oito anos
Deltan articulou na Câmara para evitar à perda de mandato, mas não obteve sucesso. Agora recorreu ao Supremo Tribunal Federal, alegando que os 15 processos que respondia no MPF não tinham “cunho sancionador”.
Porém, aliados reconhecem que dificilmente Dallagnol obterá sucesso, porque seu nome sofre rejeição por parte dos ministros.
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