Favorito para comandar CPI do MST detona ministros de Lula

Deputado desaprovou falas dos aliados do presidente da República

MST foi investigado em quatro comissões no Congresso
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil - 29.04.2023
MST foi investigado em quatro comissões no Congresso


O deputado federal Tenente Coronel Zucco (Republicanos-RS) criticou nesta segunda-feira (15) os ministros do governo Lula . O parlamentar é responsável pelo pedido de criação da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) e é favorito para presidir a comissão.

"As falas dos ministros são deploráveis, é desrespeitoso”, falou Zucco. O posicionamento do congressista se dá após as falas de Paulo Teixeira, ministro do Desenvolvimento Agrário, e Paulo Pimenta, da Secretaria de Comunicação Social.

Teixeira zombou da CPI ao dizer que a investigação conseguirá achar “coisas gravíssimas” e deu exemplos de suco de uva produzido sem trabalho escravo. Já Paulo Pimenta relatou que o movimento sairá da CPI “mais respeitado, maior, tendo mais visibilidade e sendo mais admirado”.

Zucco declarou que o posicionamento dos ministros não foi bem visto pela bancada ruralista e que há um crescimento das ocupações de terra neste ano. Ele quer cobrar respostas dos ministros na Câmara, mas que não estão sendo respondidos. "Em vários momentos, os ministros, quando perguntados, responderam de outra forma. Mas em palco e em feiras eles gostam de aparecer”, alfinetou.

“Queremos saber o motivo dessas invasões, quem está financiando e procurar uma solução para uma correta reforma agrária", completou ao dar entrevista para o programa Estúdio i, da GloboNews.

CPI do MST

A comissão foi instalada a pedido de deputados da oposição, com objetivo de investigar as invasões do MST em várias fazendas do país no mês passado. O grupo deve ser composto, em sua maioria, por parlamentares do PL, o que preocupa o governo federal.

Nos bastidores, o Palácio do Planalto se movimenta para colocar uma tropa de choque na CPI do MST para evitar um desgaste a imagem do governo logo no primeiro semestre de mandato. Entre os nomes cotados está o de Guilherme Boulos (PSOL-SP), líder do grupo e pré-candidato à Prefeitura de São Paulo.

A estratégia é que Boulos quebre os argumentos da base de oposição e faça um embate direto com Ricardo Salles (PL-SP), também pré-candidato a prefeito da capital paulista, que será o relator da comissão.


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