Lula minimiza cobranças e afaga deputados sobre votações na Câmara

Petista disse que parlamentares não são obrigados a votarem com o governo, contrariando as críticas do PT contra partidos aliados

Lula minimizou cobranças aos deputados e assumir dependência do Congresso para governar
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Lula minimizou cobranças aos deputados e assumir dependência do Congresso para governar

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) minimizou as cobranças a partidos aliados e disse que os deputados não têm obrigação de votar conforme os desejos do Palácio do Planalto. A declaração foi feita nesta sexta-feira (12) em um evento no Ceará.

Lula tratou de aparar as arestas após a cobrança do PT contra partidos aliados e que possuem cargos no Planalto para votarem conforme o desejo do governo. Nessa semana, PSD e PSB participaram de uma reunião em que a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, e o ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, cobraram fidelidade dos partidos.

“Tem gente que pergunta pra mim: 'Ô Lula, quantos deputados você tem na sua base?' Eu falo 513. Tenho 513 deputados e 81 senadores, e eles serão testados em cada votação. Nenhum deputado é obrigado a votar naquilo que o governo quer, do jeito que o governo quer”, afirmou Lula.

As cobranças têm incomodado as alas na Câmara dos Deputados. Parlamentares informaram que Lula não cumpriu com a liberação de emendas parlamentares, o que teria liberado os partidos a votarem como entenderem na Casa. Entretanto, a retirada de pauta do PL das Fake News e a derrota no projeto que susta dois decretos do Marco do Saneamento deixaram os pares do PT enfurecidos.

Nesta sexta, Lula afirmou que a implantação de emendas nos projetos e mudanças no texto fazem parte do jogo. Ele ainda admitiu que o Palácio do Planalto depende do Congresso Nacional para governar.

“O deputado pode pensar diferente, pode querer fazer uma emenda, mudar um artigo. E nós temos que entender que isso faz parte do jogo democrático”, afirmou.

“Não é o Congresso que precisa do governo. Do jeito que está a Constituição Brasileira, é o governo que precisa do Congresso. Por isso, a relação tem que ser civilizada, temos que conversar. Quando você não tá no governo, você tem partido, você acha. Mas quando você está no governo, ou você faz, ou você não faz”, concluiu o petista.