O líder do governo no Congresso, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), afirmou nesta quarta-feira (26) que o Palácio do Planalto não aceitará a indicação de parlamentar investigado por ligação no ato terrorista de 8 de janeiro para fazer parte da CPMI (Parlamentar Mista de Inquérito) que irá apurar o episódio.
“Não vamos tolerar agentes que são objeto de investigações, seja de onde forem, como membros de CPI. Até porque é paradoxal. […] Como é que pode colocar o criminoso para ser o investigador? Não é uma oposição do governo, é uma oposição do bom senso. Não se coloca para investigar, para ter acesso às investigações aqueles que são suspeitos do crime”, falou o senador para jornalistas.
O senador se encontrou na manhã de hoje com o ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha (PT-SP), para definir as estratégias dos governistas na comissão. Ele também debateu a votação de PLNs (projetos de lei do Congresso Nacional) que autorizam a liberação de créditos e vetos do presidente da República.
O recado de Randolfe é para os deputados federais Clarissa Tércio (PP-PE), André Fernandes (PL-CE), Silvia Waiãpi (PL-AP), que são investigados pelo STF (Supremo Tribunal Federal) por possível envolvimento com o ato terrorista de 8 de janeiro.
Fernandes foi quem apresentou o pedido de abertura da CPMI e queria ser o presidente ou relator do caso. Porém, a base governista o barrou e o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), concordou com os argumentos da situação.
Randolfe diz qual será uma das primeiras ações da CPMI
O senador falou que uma das primeiras ações do grupo da CPMI será solicitar as informações das investigações que ocorrem no Supremo Tribunal Federal.
“Uma das primeiras agendas será com Alexandre de Moraes para pedir o compartilhamento das investigações, saber até onde estão indo”, falou Randolfe.
O parlamentar explicou que o Planalto quer saber quem foram os financiadores e incentivadores do ato do 8 de janeiro, além de encontrar agentes políticos que se envolveram no caso.
“Compreendendo o 8 de Janeiro não como um ato isolado, um raio de sol, mas como um processo que começou com a eleição do presidente Lula em outubro de 2022, que teve estágios preparatórios. O 8 de Janeiro foi a conclusão de uma intentona golpista. É este o tom que daremos na CPI”, comentou.
Entre no canal do Último Segundo no Telegram e veja as principais notícias do dia no Brasil e no Mundo. Siga também o perfil geral do Portal iG.