O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) disse que o ex-assessor flagrado na alfândega com joias avaliadas em 16,5 milhões dados pela Arábia Saudita ao governo de Jair Bolsonaro (PL) afirmou que os itens eram para a então primeira-dama Michelle Bolsonaro "por intuição".
O ex-assessor do ex-ministro de Minas e Energia Bento Albuquerque, Marcos André dos Santos Soeiro, foi flagrado em outubro de 2021 pela Receita Federal no aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, carregando o estojo de joias . Os itens foram retidos porque não haviam sido declarados.
O filho do ex-presidente disse que os presentes foram enviados ao Brasil por meio de Albuquerque. Na volta ao país, porém, o ex-ministro estava "com pressa para pegar uma conexão" e pediu para que o assessor passasse pela Receita Federal , afirmou Eduardo Bolsonaro ao podcast Cara a Tapa .
Quando Soeiro foi passar as malas pela alfândega, um funcionário perguntou o que havia dentro, mas ele não soube responder. Depois de abrirem a bagagem e virem que se tratavam de joias, "intuitivamente", o assessor teria dito que "deve ser para a primeira-dama".
O deputado afirmou que Soeiro teria oficiado a Secretaria de Patrimônio Público, mas "o negócio ficou por isso". As joias, então, foram retidas pela Receita.
Eduardo disse que Bolsonaro só soube das joias um ano depois, em outubro de 2022, quando "um sujeito" falou para ele sobre os diamantes "travados lá em Guarulhos". "Aí o meu pai, espontâneo, o que ele faz, chega pro assessor mais próximo, devia ser o ajudante de ordens, coronel Mauro Cid, e diz: 'vê isso aí, resolve para mim'", disse.
O filho do ex-mandatário contou que o então chefe do Executivo recebeu "um relógio, abotoadura, sei lá o que", mas que a defesa de seu pai "mandou devolver, porque ele não faz questão".
As joias, no entanto, que ficariam de posse de Bolsonaro só foram devolvidas ao patrimônio público após decisão do Tribunal de Contas da União (TCU), que obrigou que o ex-presidente devolvesse os itens de luxo.
Durante o podcast, o deputado disse que "fica um negócio deselegante" devolver os presentes dados pelo governo da Arábia Saudita , "porque os árabes querem mostrar essa deferência toda, então mais caro é o presente".
Relembre o caso
Em outubro de 2021, o governo Bolsonaro tentou entrar no Brasil de maneira irregular com joias avaliadas em R$ 16,5 milhões. Os itens eram presentes do governo da Arábia Saudita para a então primeira-dama Michelle Bolsonaro.
Os produtos foram vistos na mala de um assessor do Ministério de Minas e Energia e não tinha nenhuma declaração feita para a Receita como item pessoal, o que determinaria o pagamento de impostos. Por conta disso, as joias foram confiscadas.
Bolsonaro, Michelle, ministros e ex-funcionários do antigo governo são investigados pela Polícia Federal.
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