Pacheco admite que não conseguirá segurar CPMI de 8 de janeiro

Presidente do Congresso ressalta que comissão é direito da minoria e que não pode segurar o requerimento; governistas apostam em retirada de assinaturas

Rodrigo Pacheco (PSD-MG), presidente do Senado e do Congresso Nacional
Foto: Roque de Sá/Agência Senado - 01/02/23
Rodrigo Pacheco (PSD-MG), presidente do Senado e do Congresso Nacional

O presidente do Congresso Nacional, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), admitiu nesta quarta-feira (19) que não conseguirá segurar a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de janeiro por muito tempo. Segundo Pacheco, a instalação da CPMI é um direito da minoria e a presidência não pode impedir a leitura do requerimento.

A comissão é uma aposta da oposição para impactar a imagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Deputados e senadores bolsonaristas querem investigar a omissão do Planalto nas invasões dos golpistas.

“O requerimento será lido com o restante da pauta do Congresso. É direito da minoria que, se preenchidos os requisitos, não há o que o presidente da casa legislativa possa fazer para evitar”, afirmou o senador, ao UOL .

O requerimento da comissão era para ser lido na sessão do Congresso de terça-feira (18), mas foi adiado a pedido dos líderes governistas. A base de Lula se movimenta na retirada de assinaturas dos parlamentares, principalmente após Republicanos e Progressistas sinalizarem que podem se aliar à cúpula governista.

Pacheco defende que a comissão avance em outros temas, como o financiamento dos atos antidemocráticos.

“As circunstâncias mais nebulosas são sobre o financiamento, quem patrocinou, talvez seja um propósito importante da CPMI: apurar todas as circunstâncias que levaram aquela barbaridade”, afirmou.

A próxima sessão do Congresso Nacional está marcada para o dia 26 de abril. Governistas já se mobilizam nos bastidores para minar a comissão mista até a próxima segunda-feira (24).