O ministro da Justiça e da Segurança Pública, Flávio Dino , disse nesta sexta-feira (17), que irá processar o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) por racismo e quebra de decoro. O parlamentar associou o ex-governador do Maranhão ao crime organizado por visitar o Complexo da Maré dias atrás.
"A princípio, nem cogitei entrar com representações porque essa gente não merece muita atenção. Mas fiz uma reflexão quanto à agressão a milhares de pessoas sérias e honestas que, só por serem pobres, estão sendo estigmatizadas de modo vil e covarde. Em primeiro lugar, há racismo. Além disso, há quebra de decoro, porque é uma mentira deslavada que fui me reunir com os chefes do tráfico. A outra mentira delirante é que estava sem proteção policial", disse Dino em entrevista ao UOL News .
O ministro ainda condenou as declarações do filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e afirmou que na próxima segunda-feira (20) entrará com ações contra o deputado.
"Essa gente vai em campanha eleitoral à favela da Maré e a outras pedir voto. Depois, diz que quem vai lá é amigo de bandido, como se todos os moradores fossem bandidos. Isso é execrável, hediondo, asqueroso. É inadmissível. Essas pessoas têm que respeitar o povo pobre do país. Temos que nos perguntar sempre se essa gente vai ter auditório para prorrogar esse método fascista de manipulação de fatos para alcançar seus intentos políticos", afirmou Flávio Dino.
Após o ministro cumprir agenda no Complexo da Maré, conjunto de favelas da Zona Norte do Rio de Janeiro, na última segunda-feira (13), Eduardo Bolsonaro publicou nas redes sociais que iria convocar Dino para a "Comissão de Segurança Pública para explicar o nível de envolvimento dele e seu chefe, Lula, com o crime organizado carioca. Isto é um absurdo!".
Dino rebateu o parlamentar e disse que não tem medo de "milicianinhos" no Twitter.
“Soube que representantes da extrema-direita reiteraram seu ódio a lugares onde moram os mais pobres. Essa gente sem decoro não vai me impedir de ouvir a voz de quem mais precisa do Estado. Não tenho medo de gritos de milicianos nem de milicianinhos”, escreveu o ministro.
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