O ex-ministro de Minas e Energia Bento Albuquerque deve deixar o Conselho de Administração da Itaipu Binacional nos próximos dias. Albuquerque atuava como conselheiro da estatal desde 2019, quando assumiu o Ministério de Minas e Energia.
Albuquerque é investigado no caso das joias doadas pelo governo da Arábia Saudita ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Os bens chegaram ao Brasil por intermédio do ministro e de um assessor.
Bento Albuquerque ainda é acusado de atuar para liberar as joias junto à Receita Federal. O ex-ministro deve prestar depoimento à Polícia Federal nesta terça-feira (14).
A demissão de Albuquerque já era prevista antes mesmo do estouro do caso das joias. O Palácio do Planalto tem preparado mudanças no grupo brasileiro do conselho da estatal.
Atualmente, o Brasil tem direito a seis vagas no conselho, enquanto o Paraguai tem mais seis. Além de Albuquerque, o ex-ministro de Minas e Energia Adolfo Sachsida também deixará o posto.
A expectativa é que ministros de Lula ocupem as seis vagas. Além de Alexandre Silveira, atual chefe de Minas de Energia, Fernando Haddad (Fazenda), Rui Costa (Casa Civil), Ester Dweck (Gestão e Inovação), Mauro Vieira (Relações Internacionais) e Alexandre Padilha (Relações Institucionais) devem ocupar as outras vagas.
Em janeiro, Lula já havia nomeado Ênio Verri para a diretoria-geral da Itaipu Binacional.
Albuquerque na Itaipu
Antes conselheiro por ser ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque se manteve no cargo após sua demissão por decisão de Jair Bolsonaro. Albuquerque deixou Planalto em maio de 2022, após as polêmicas sobre as altas nos preços dos combustíveis.
Desde então, Albuquerque ganha R$ 25 mil de salário por ser membros do Conselho da estatal. O ex-ministro participa de reuniões a cada dois meses na empresa e não tem residência fixa em Foz do Iguaçu, sede da usina hidrelétrica.