O senador Sérgio Moro (União Brasil-PR) criticou a possível indicação do advogado Cristiano Zanin para assumir uma vaga no Supremo Tribunal Federal (STF). Segundo Moro, ao indicar o advogado e amigo, Lula (PT) não estará considerando a impessoalidade e a independência das Instituições.
Em uma publicação nas redes sociais, o parlamentar aproveitou para atacar ações do governo petista, como uma possível indicação da esposa de Rui Costa, ministro da Casa Civil, para o Tribunal de Contas da Bahia.
“Um bom resumo do Governo Lula até aqui: ataque à lei das estatais para loteamento político, esposas de ministros nos Tribunais de Contas e o desejo de ter o advogado e amigo pessoal no STF. Onde está a impessoalidade? Como fica a independência das instituições? Estaremos de olho”, afirmou.
Um bom resumo do Governo Lula até aqui: ataque à lei das estatais para loteamento político, esposas de ministros nos Tribunais de Contas e o desejo de ter o advogado e amigo pessoal no STF. Onde está a impessoalidade? Como fica a independência das instituições?Estaremos de olho. https://t.co/wK0PvEwcSb
— Sergio Moro (@SF_Moro) March 12, 2023
Moro e Zanin ficaram frente a frente durante a tramitação de processos contra Lula na operação Lava Jato. O então juiz foi responsável pelo depoimento do petista e teve embates com Zanin, que representou Lula.
O nome de Cristiano Zanin passou a circular nos corredores do Palácio do Planalto com a chegada da aposentadoria de Ricardo Lewandowski, marcada para abril. O advogado é um dos principais aliados do petista e ainda serve como defensor pessoal do presidente em processos judiciais.
Impessoalidade anulou processos de Moro
Os embates de Lula e Zanin contra Moro foram parar no Supremo Tribunal Federal (STF) que decidiu pela anulação dos processos da Lava Jato que estavam na 13ª Vara Federal de Curitiba. A decisão foi tomada em 2019, ano em que Sérgio Moro deixou o Judiciário para se tornar ministro da Justiça do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Na época, o STF entendeu que Moro foi parcial em suas decisões e citou a necessidade de impessoalidade em decisões judiciais.
Lula pode quebrar promessa
Durante a campanha eleitoral, Lula exaltou a decisão de não nomear amigos para a Suprema Corte, STJ e Procuradoria-Geral da República (PGR). Ele ainda prometeu que manteria o critério de escolha caso fosse eleito.
Entretanto, a indicação de Zanin poderá quebrar essa promessa. Nos bastidores, Lula afirmou que gostaria de ter aliados no Judiciário e citou as decisões do STF que o prejudicaram durante a Lava Jato.
Além da possibilidade de ter Zanin no STF, Lula ainda estuda colocar um aliado na PGR. O petista não descarta ignorar a Lista Tríplice se for necessário. Um dos favoritos na disputa é Nicolao Dino, irmão do ministro da Justiça, Flávio Dino.