Dino descarta ampliar prazo para recadastramento de armas de fogo

Ministro disse que quem não recadastrar os armamentos dentro do prazo estabelecido estará "cometendo um crime"

Ministro da Justiça, Flávio Dino, acompanhando do diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, durante coletiva
Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil - 16/02/2023
Ministro da Justiça, Flávio Dino, acompanhando do diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, durante coletiva

Nesta quinta-feira (16), o ministro da Justiça, Flávio Dino , disse que os proprietários de armas de fogo que não fizerem o  recadastramento estarão "cometendo um crime" e poderão ter os armamentos apreendidos. Dino também descartou a possibilidade de do prazo estabelecido ser prorrogado.

"Quem não fizer o cadastro, essas armas automaticamente passarão a ser proibidas e estarão sujeitas à apreensão. [Se isso acontecer], os proprietários estarão cometendo um crime", afirmou Dino

O novo registro foi uma decisão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em um decreto publicado em seu primeiro dia de governo, em 1 de janeiro deste ano . O recadastramento deve ser feito pelo sistema da Polícia Federal

O prazo começou a ser contado a partir de 1º de fevereiro e vai até o início de abril.

De acordo com o ministro, as punições para quem não seguir os prazos estabelecidos estão previstas na Lei do Desarmamento: para posse irregular de armas de uso permitido, prisão de 1 a 3 anos e multa; para posse de armas de uso restrito, prisão de 3 a 6 anos e multa.

Conforme estimativas do Ministério da Justiça , cerca de 10% das armas passaram pelo recadastramento até o momento — ou seja, 68.488 armas de uso permitido e 2.464 de uso restrito.

Hoje em dia, é calculado que haja 800.000  nas mãos de colecionadores, atiradores desportivos e caçadores, os chamados CACs .

Ontem, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes suspendeu todos os processos que questionam a constitucionalidade do decreto de Lula após um pedido da Advocacia-Geral da União (AGU), que foi acionada pelo Ministério da Justiça.

Com isso, Dino afirmou que a decisão do STF não dá mais brecha a questionamentos e prevê um maior número de recadastramentos nos próximos dias.

"A nossa expectativa é que esse número cresça nos próximos dias, uma vez que havia a expectativa de que o decreto poderia ser derrubado. O prazo está fluindo e nós vamos levar adiante esse recadastramento", disse ele.

Na ocasião, o ministro também afirmou que a pasta vai fazer audiências públicas com associações de armamentistas, clubes de tiro e grupos de direitos humanos para debater medidas que tenham como objetivo reverter a política armamentista apoiada pelo governo anterior, do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) .

"A política vencedora nas urnas é a de que acabou o liberou geral de armas de fogo no Brasil. O país não terá a lei da selva nem de faroeste de filmes", acrescentou.

Entre no  canal do Último Segundo no Telegram e veja as principais notícias do dia no Brasil e no Mundo.  Siga também o  perfil geral do Portal iG.