A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro assumirá a presidência do PL Mulher, braço feminino do partido, após ceder a pressão de bolsonaristas para entrar na cúpula da legenda. A informação foi confirmada pelo presidente do partido, Valdemar Costa Neto, nesta quarta-feira (15).
Interlocutores informaram que Michelle estava resistente em assumir o cargo, mas ouviu conselhos de pessoas mais próximas e do marido, o ex-presidente Jair Bolsonaro, para se colocar na direção da legenda.
O partido quer usar a ex-primeira-dama para melhorar a imagem do bolsonarismo entre as mulheres e alavancar o partido nas próximas eleições municipais (2024) e presidenciais (2026).
“Michelle vai ter toda a estrutura no partido. Vai percorrer o país realizando encontros com mulheres nos estados das deputadas da legenda”, disse Costa Neto.
Para a cúpula do partido, esse é o primeiro passo para convencer Michelle Bolsonaro a disputar um cargo eletivo no pleito de 2026. A vontade do PL é colocar a ex-primeira-dama para concorrer ao governo do Distrito Federal no próximo pleito.
A ex-primeira-dama ainda se mostra resistente com a ideia. Em uma publicação nas redes sociais, Michelle disse que não vai se candidatar, mas a legenda acredita que ela pode recuar com as pressões de aliados.
Essa é a alternativa encontrada por Costa Neto e seus aliados para manter o bolsonarismo vivo após a derrota para disputa presidencial nas eleições do ano passado. Há ainda a preocupação com o enfraquecimento do grupo ligado ao ex-presidente com as denúncias contra Bolsonaro e a derrota de Rogério Marinho para a presidência do Senado.