O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) recuou da sua promessa de campanha e disse que poderá ser candidato à reeleição em 2026 em caso de ‘situação delicada’ do país. A declaração foi dada em entrevista à Rede TV! nesta quinta-feira (2).
Durante a campanha, Lula prometeu que não tentaria a reeleição para abrir espaço para novas lideranças. Na entrevista, o petista até corroborou com a promessa e disse querer ‘aproveitar a vida’.
No decorrer da conversa, o presidente recuou e disse que será candidato caso tenha saúde e perspectiva negativa sobre o futuro do país.
“Se chegar no momento, sabe, e estiver uma situação delicada e eu estiver com saúde...porque também só posso ser candidato se eu estiver com saúde perfeita, sabe? Mas saúde perfeita com oitenta e pouco, 81 de idade, energia de 40 e tesão de 30. Pronto, aí eu posso”, disse.
Ao ser questionado sobre novas lideranças para a disputa pelo Palácio do Planalto, Lula citou ministros de seu governo, mas deixou de fora lideranças que despontam como potenciais candidatos no próximo pleito. Entre eles, ficou de fora da lista o vice-presidente, Geraldo Alckmin, a ministra do Planejamento, Simone Tebet, e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Alckmin – que tentou o Planalto em 2006 contra Lula – e Haddad disputaram o pleito de 2018, enquanto Tebet concorreu ao cargo nas eleições do ano passado.
"Temos o Rui Costa, nós temos o Wellington [Dias], nós temos o Camilo [Santana], nós temos Flávio Dino, nós temos o Renanzinho [Renan Filho]. Nós temos gente da maior qualidade, você não tem noção, e essa é a razão do meu sucesso", afirmou o petista.
Disputa com Bolsonaro
Lula ainda foi perguntado sobre a disputa com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) nas eleições de 2022. Para o petista, ele seria a única opção para derrotar o bolsonarismo.
“Eu tenho consciência que somente a minha candidatura poderia derrotar o Bolsonaro. Não é nenhuma vaidade, não, é consciência de que, pelo legado que eu tinha, eu poderia ganhar essas eleições”, afirmou.
Em uma eleição polarizada, Lula saiu vencedor com 50,9% dos votos, enquanto Bolsonaro obteve 49,1%. O ex-presidente, segundo Valdemar Costa Neto, não teria aceitado a derrota, o que provocou o isolamento de Bolsonaro no Palácio do Alvorada.
Lula ressaltou que novas lideranças podem impedir a volta da extrema-direita no Brasil e voltou a atacar a gestão anterior.
“Eu vou contribuir para que surjam muitas e novas lideranças para que o Brasil nunca mais vote num psicopata para ser presidente do Brasil”, afirmou.