O senador Eduardo Girão (Podemos-CE) desistiu de sua candidatura para a presidência do Senado e deve favorecer o senador Rogério Marinho (PL-RN) na disputa pela presidência da Casa. Girão não deu explicações sobre a sua decisão, mas a pressão de aliados de Marinho e a falta de apoio foram determinantes para a decisão.
O senador se colocou como candidato à presidência do Senado na última semana e passou a fazer a interlocução com seus pares. Até então, ele obteve apoio do próprio partido, que conta com seis senadores na Casa.
Em seu pronunciamento, Girão disse ser necessária uma mudança no comando do Senado e ressaltou seu apoio a Rogério Marinho. O parlamentar ainda atacou ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e criticou decisões da Corte contra parlamentares bolsonaristas.
Eduardo Girão é visto como um senador alinhado às pautas bolsonaristas. Ele tinha boa interlocução com o governo anterior e poderá ser uma voz atuante na oposição de Lula.
Rogério Marinho favorecido
A retirada da candidatura de Eduardo Girão favorece diretamente o senador Rogério Marinho. A tendência é que ao menos três votos do Podemos sejam transferidos para o senador bolsonarista.
Marinho conta com 33 votos, na teoria. Além do próprio partido, o PL, o ex-ministro de Jair Bolsonaro conta com apoios do Progressistas, Republicanos e pares do MDB, União Brasil e PSD.
Rogério Marinho disputa a cadeira de presidente do Senado e do Congresso Nacional com Rodrigo Pacheco (PSD-MG), que conta com apoio do governo Lula. A cúpula do Planalto acredita que Pacheco tenha cerca de 50 votos, o que daria a vitória ao mineiro ainda no primeiro turno.