O ministro do Supremo Tribunal Federal ( STF ) Ricardo Lewandowski trancou uma ação penal da Lava-Jato eleitoral em que o vice-presidente eleito Geraldo Alckmin (PSB) era réu. O pessebista foi acusado de supostos repasses de propina e caixa dois pela empreiteira Odebrecht.
A defesa de Alckmin alegou que o ministro já havia trancado uma ação da Lava-Jato contra o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva e outros alvos, tomando conhecimento de que as provas entregues pela Odebrecht não teriam valor legal.
Segundo Lewandowski, a prova dos sistemas internos de pagamento de propina da Odebrecht, batizados como Drousys e My Web Day B, "encontram-se inapelavelmente maculados pela eiva da nulidade, não se prestando, em consequência, para subsidiar a acusação subscrita pelo Parquet".
A denúncia acusava Alckmin de receber R$ 2 milhões da Odebrecht na campanha ao Palácio dos Bandeirantes em 2010 e R$ 9,3 milhões quando disputou a reeleição, em 2014. As provas, segundo os investigadores, foram encontradas em sistemas de informática e extratos telefônicos.
Os crimes teriam sido relacionados às obras do Metrô e do Rodoanel, anel rodoviário que liga estradas em São Paulo.
"Os depoimentos dos colaboradores e das testemunhas, somados aos elementos de corroboração acostados aos autos, em tese, perfazem conjunto de indícios, por ora, capaz de reforçar a convicção sobre o envolvimento dos denunciados no complexo esquema de solicitação e recebimento de vantagens indevidas em razão de função política, omissão de dados à Justiça Eleitoral e lavagem de capitais, supostamente erigido para dissimular os fins ilícitos dos grupos políticos e empresariais apontados", escreveu o juiz Marco Antonio Martin Vargas, da 1ª Zona Eleitoral, quando aceitou a denúncia.
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