Geraldo Alckmin (PSB), vice-presidente eleito , afirmou, nesta quinta-feira (8), que o grupo escolhido para fazer a transição do governo Lula (PT) encontrou um "quadro difícil" ao se deparar com a situação do país deixada por Jair Bolsonaro (PL).
A afirmação foi feita durante a estreia do programa "Central da Transição", exibido na Globonews e apresentado pela jornalista Natuza Nery.
O ex-governador de São Paulo utilizaou ainda uma metáfora para dstacar que, se a situação do país estivesse perfeita após os últimos quatro anos, ele e o petista não teriam sido eleitos em outubro deste ano.
"O quadro é difícil. Uma vez eu recebi um prefeito do interior que tinha acabado de ser eleito, e ele começou a falar ‘olha, só tem má notícia. Rua é só buraco, salário atrasado, a ponte caiu, o caminhão não tem motor, o trator não tem roda’. Eu falei ‘mas tem uma boa notícia: se não fosse por isso, o senhor não teria ganho a eleição’", pontuou Alckmin.
"O fato é que nós temos um problema: a educação, de fato, andou para trás. Estou vindo agora do Senado Federal onde recebi o relato das perdas educacionais durante a pandemia. Saúde andamos para trás. Três coisas mudaram o mundo: água de qualidade, vacina e antibiótico. Você negar vacina é um retrocesso", completou.
O chefe da transição para o terceiro mandato de Lula ressaltou que esse período de "passagem" deve servir exatamente para que não haja "descontinuidade". Ele afirma que as obras e os repasses do recurso público não podem parar diante do atual cenário.
"Quatro anos, para quem perdeu a eleição, é um século. Para quem ganhou, é um minuto e acabou", finalizou.
Alckmin negociará PEC da Transição na Câmara
A PEC da Transição precisa de aprovação de 308 deputados na Câmara e o presidente eleito Luiz Inácio Lula da silva (PT) escalou seus dois principais soltados para negociar com os parlamentares pela garantia dos votos.
O vice-presidente eleito e o provável ministro da Fazenda, Geraldo Alckmin e Fernando Haddad (PT), atuam nos bastidores e protagonizam os cálculos para ter folga na votação.
À coluna de Daniel Cesar, um deputado do PT confirmou que Haddad, mesmo participando ativamente da transição, inclusive tendo reunião com Paulo Guedes, atua nos flancos da Câmara para conseguir o apoio do maior número de votos possíveis.
"Haddad tem excelente relação com membros do União Brasil, PSD e MDB e tem falado diariamente com líderes desse partido", explicou o deputado.
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