O ministro do Supremo Tribunal Federal ( STF ) Luís Roberto Barroso afirmou durante uma entrevista à GloboNews que lamenta, no entanto, não se arrepende da fala contra um manifestante bolsonarista em Nova York , no dia 15 de novembro. Na ocasião, Barroso foi questionado sobre o código-fonte das urnas eletrônicas e respondeu: “Perdeu, mané, não amola” .
Durante a entrevista que foi ao ar nesta terça-feira (29), o ministro declarou que é pessoa “meio zen” e espiritualizada. “O problema é que, nas raras vezes em que eu perco a cabeça, sai em rede nacional”, falou.
Segundo Barroso, durante os três dias que esteve na cidade amricana teve “hordas de pessoas” o seguindo e o xingando “dos piores nomes possíveis” . O ministro, ainda, afirmou que no dia da declaração ao manifestante, ele recebeu a notícia de que o celular de sua filha havia sido invadido e ela tinha sido alvo de ameaças.
“Foi um momento raro na minha vida, de uma certa exasperação. Eu falei a linguagem das pessoas que estavam lá”, afirmou Barroso. “Eu lamento, para falar a verdade. Não me arrependo, mas lamento que tenha acontecido.”
O ministro afirma que o país perdeu a civilidade nos últimos anos e a “capacidade de tratar os outros com respeito e consideração, a tolerância com a divergência e até a boa fé”.
Além disso, o ministro citou ataques a outros políticos e famosos, como o cantor Gilberto Gil e Ciro Gomes (PDT), para criticar a “naturalização da falta de educação” . Ele disse que a “democracia, cultura, tudo virou alvo desse radicalismo e dessa não aceitação do outro”.
O STF é alvo “de muita incompreensão” , disse o magistrado . Ele ainda apontou que todas as pessoas podem errar e, por isso, o Supremo também é “passível de erro”. No entanto, disse considerar que a Corte teve “um papel decisivo” na defesa da democracia e durante a pandemia.
“O Supremo salvou, eu diria, dezenas de milhares de vidas autorizando a atuação de Estados e municípios” e “determinando a elaboração de um plano de vacinação” contra a covid.
“Com erros e acertos, acho que o Supremo serve muito bem à democracia”, afirmou.
“Quem acha que o problema da educação no Brasil é a escola sem partido, identidade de gênero ou saber se 64 foi golpe ou não foi golpe, tá assustado com a assombração errada e está nos atrasando na História”, falou.
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