O deputado federal Paulo Pimenta (PT-RS) elogiou o ministro do Supremo Tribunal Federal
, Alexandre de Moraes
, pela punição aplicada contra os partidos que formaram a coligação do presidente Jair Bolsonaro ( PL
). Na avaliação do petista, a atitude do magistrado foi pedagógica para que as lideranças partidárias parem de contestar os resultados das urnas eletrônicas.
“As lideranças dos protestos precisam saber que a lei não permite que as pessoas se organizem para lutar contra a democracia”, comentou Pimenta em entrevista dada para o canal CNN Brasil exibida nesta quinta-feira (24).
O deputado federal analisou o pronunciamento do Valdemar Costa Neto, presidente do Partido Liberal. Na opinião dele, o chefe do PL demonstrou um discurso cheio de “fragilidade e inconsistência”. Por conta disso, acredita que a Suprema Corte precisava agir de maneira dura.
Ele também apontou que a atitude do PL serve apenas para incentivar que os manifestantes sigam cometendo crimes ao bloquear rodovias federais em várias partes do Brasil. Pimenta trata como fundamental o STF usar mecanismos para impedir que partidos financiem atos antidemocráticos.
“Não podemos permitir que um partido que recebe fundo partidário se utilize dessa estrutura para atacar a democracia”, relatou. O Partido Liberal formou a maior bancada de deputados federais e senadores nas eleições 2022.
Pimenta diz que PT respeita as eleições
Paulo Pimenta afirmou que o Partido dos Trabalhadores perdeu várias eleições ao longo da sua trajetória, como 1989, 1994, 1998 e 2018, mas nunca entrou na Justiça para questionar o sistema eleitoral. O deputado federal defendeu a necessidade de todas as siglas respeitarem o processo.
“Aqueles que seguirem questionando a democracia terão que responder conforme a lei prevê, inclusive o Valdemar Costa Neto”, concluiu.
Entenda o caso
Em pronunciamento na tarde da última quarta (23), o presidente nacional do Partido Liberal, Valdemar Costa Neto, voltou a questionar o resultado das eleições 2022 e a lisura das urnas eletrônicas.
Em coletiva transmitida nas redes sociais, o líder do PL disse que a legenda elaborou o relatório entregue Tribunal Superior Eleitoral (TSE) porque "não pode haver dúvidas sobre o voto" e o processo deve ser "seguro". "Nós temos que resolver isso agora, porque o problema é muito sério", afirmou Valdemar.
O documento, no entanto, ignora o primeiro turno do pleito — quando 99 deputados federais e oito senadores do PL foram eleitos, além de aliados do atual mandatário, Jair Bolsonaro , de outros partidos.
Após o presidente da Corte Eleitoral, ministro Alexandre de Moraes , cobrar os dados da primeira rodada de votação, a legenda disse ter analisado somente o segundo para evitar "grave tumulto".
"Estender a verificação extraordinária pretendida também para o primeiro turno parece ser medida açodada, especialmente porque, como efeito prático, traria a própria inviabilidade da medida ora pretendida, em razão da necessidade de fazer incluir no polo passivo da ação todos os milhares de candidatos que disputaram algum cargo político nessas eleições, bem como seus Partidos, Coligações e Federações", alegou o PL em manifestação ao TSE.
"Essa medida, não há como negar, traria grave tumulto processual e, repita-se, inviabilizaria a realização da verificação requerida", acrescentou.
Na entrevista coletiva, ao ser questionado sobre o possível envolvimento do chefe do Executivo no relatório, Valdemar disse que "não há nada de trabalho do presidente" na elaboração do documento.
Alexandre de Moraes analisou o documento entregue pelo PL e decidiu aplicar uma multa de R$ 22,9 milhões para os partidos da coligação de Bolsonaro. O ministro também determinou que Valdemar fosse incluído nas investigações do inquérito das fake news.
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