A revista Notícias, que é distribuída semanalmente na Argentina
, colocou a futura primeira-dama do Brasil, a socióloga Janja
, na capa. A manchete do veículo a exibe como “A guardiã de Lula
”, presidente eleito do país. Ela é apresentada como a “ Evita brasileira”.
A revista conta ao leitor que Janja é “feminista, que promete transformar o papel de primeira-dama no Brasil”. Porém, diz que lideranças do Partido dos Trabalhadores possuem muita preocupação com o “enorme protagonismo” da socióloga. Desde a pré-campanha, ela tem tido papel fundamental nas sugestões dadas ao petista eleito no dia 30 de outubro.
A edição ainda explica aos argentinos que Lula se casou com Janja em maio deste ano, subindo ao altar pela terceira vez (as outras duas esposas do presidente eleito, Maria de Lourdes da Silva, que faleceu em 1971, e Marisa Letícia, que morreu em 2017. A matéria fala que o petista está “apaixonado como aos 20 anos”.
Porém, a frase mais chamativa é a comparação da futura primeira-dama do Brasil com Evita Perón. Nascida em 1919, a ex-primeira-dama da Argentina, casada com o general Juan Domingo Perón, ex-presidente argentino, tornou-se um dos nomes mis emblemáticos do país vizinho.
A atriz viu sua popularidade crescer de forma meteórica na política Argentina, principalmente por defender o “ódio contra os ricos e poderosos” e mostrar que estava ao lado dos mais pobres. Os argentinos a tratavam muito mais do que apenas a primeira-dama. Ela era vista quase como uma santa por passar a imagem de uma benfeitora. Evita morreu aos 33 anos, em 1952.
Janja e o seu protagonismo
A futura primeira-dama Janja terá papel de protagonismo. O posicionamento foi do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para aliados. A intenção do petista é mostrar que as mulheres terão voz em seu governo. Por isso sua esposa é vista como fundamental para realizar essa ponte.
Segundo apurou o Portal iG, Lula afirmou para seus companheiros que Janja tem muita personalidade e o apresentado a pautas feministas. O presidente eleito explicou que inúmeras vezes passou a enxergar determinado tema pelos olhos das “mulheres” por causa das opiniões da futura primeira-dama.
Um dos exemplos dado por ele foi sobre uma das primeiras reuniões que realizou com apoiadores e o vice da sua chapa, Geraldo Alckmin (PSB). Na ocasião, as esposas dos convidados ficaram em uma parte da sala afastadas, enquanto os maridos debatiam sobre política.
Janja incentivou que as mulheres ficassem ao lado dos seus esposos e discutissem também temas políticos. A postura impressionou todos que estavam presentes, porque era um comportamento atípico. Lula não se incomodou e parabenizou a socióloga pela atitude.
Na avaliação de petistas, o presidente eleito possui muita sensibilidade, no entanto, por já ter 77 anos, ainda carrega alguns conceitos considerados antiquados. Janja é quem tem o feito refletir sobre diversos temas, transformando-o em uma figura mais “moderna”.
O reforço de que Janja será protagonista tem dois motivos: o primeiro é a crítica feita pela jornalista Eliane Cantanhêde. O segundo é o incômodo de políticos da base governista com as opiniões da esposa do presidente eleito.
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