Lula sobre Bolsonaro: 'Tem obrigação de se desculpar' por atacar urnas

Petista disse que mobilizar as Forças Armadas para fazer auditoria do processo eleitoral brasileiro foi "humilhante"

Presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em discurso no Centro Cultural Banco do Brasil, em Brasília
Foto: Reprodução / CNN Brasil - 10.11.2022
Presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em discurso no Centro Cultural Banco do Brasil, em Brasília

Em discurso no Centro Cultural Banco do Brasil, em Brasília , o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) , disse que o atual mandatário derrotado nas urnas, Jair Bolsonaro (PL) , "tem a obrigação" de se desculpar pelos ataques feitos ao sistema eleitoral brasileiro , após divulgação do relatório das Forças Armadas .

"Um presidente da República não tinha o direito de envolver as Forças Armadas para fazer uma comissão para investigar urnas eletrônicas, coisa que é da sociedade civil, dos partidos políticos e do Congresso Nacional. E o resultado foi humilhante", disse  Lula a deputados e senadores no local.

"Eu não sei se o presidente está doente, não sei o que ele está, mas ele tem a obrigação de vir à televisão e pedir desculpas à sociedade brasileira e às Forças Armadas por ter usado uma instituição séria [...] para que fosse humilhada apresentando um relatório que não diz absolutamente nada daquilo que ele durante tanto tempo acusou", afirmou Lula .

Nessa quarta-feira (9), foi entregue pelo Ministério da Defesa o relatório das Forças Armadas com resultado da auditoria sobre a integridade do Sistema Eletrônico de Votação do Brasil coordenado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) . O documento atesta a integridade do processo eleitoral brasileiro.

De acordo com o TSE, o relatório , assim como os outros das demais entidades fiscalizadoras, não apontam existência de nenhuma fraude ou inconsistência nas urnas eletrônicas e no processo eleitoral deste ano, que elegeu Lula como o próximo chefe do Executivo , com mais de 60 milhões de votos.

"O presidente da República pode errar, mas ele não pode mentir. Não é aceitável que um presidente da República minta para o seu povo", continuou Lula, dizendo que as  falsas alegações de Bolsonaro em relação às urnas eletrônicas foram feitas porque ele "tinha certeza que ia perder" as eleições 2022 .

A reunião de hoje com parlamentares é considerada mais um passo em busca do que Lula chama de "governo de diálogo". Ontem, o petista se encontrou com os presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP) , do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD), do Supremo Tribunal Federal, Rosa Weber, e do TSE, Alexandre de Moraes .

"Não vou conversar com o Centrão e sim com deputadas e deputados eleitos. As pessoas não são obrigadas a concordar comigo", afirmou Lula nesta quinta. "O nosso governo vai ser o do diálogo, vai conversar com as Constituições."

No discurso de hoje, Lula reforçou algumas promessas que fez durante a campanha presidencial, como o  combate à fome e a relevância que os  bancos públicos voltará a ter em seu governo , a partir de janeiro de 2023.

Na ocasião, ele também declarou que seu vice, Geraldo Alckmin (PSB), não será ministro do futuro governo . No momento, Alckmin atua como coordenador da equipe de transição entre os governos .

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