A PEC da Transição é o principal assunto em Brasília e passou a preocupar empresários do mercado financeiro
. Sem que o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nomeie o futuro Ministro da Economia
, as negociações estão sendo feitas pela classe política. A preocupação é que parlamentares consigam passar pautas sem ter responsabilidade fiscal.
Segundo apurou o Portal iG, a preocupação do mercado financeiro aumentou com a informação que os governadores passaram a pressionar o próximo governo. Os chefes dos executivos estaduais querem uma compensação pela perda do ICMS através da PEC da Transição.
O problema que o relator do orçamento do ano que vem já avisou que há pouco recurso para sofrer remanejamento. A equipe de transição de Lula calcula um gasto a mais de R$ 200 bilhões em 2023. A compensação poderia fazer com que esse valor crescesse e prejudicasse ainda mais as contas públicas.
O mercado financeiro demonstrou abertura com os gastos. O entendimento que o país ainda enfrenta sequelas por causa da pandemia e necessita gastar além da arrecadação para que o Brasil não enfrente uma crise ainda maior. No entanto, sem um responsável para dar o aval, a compreensão é que o movimento orçamentário tenha apenas interesse político.
“Há reclamações do setor financeiro para que o presidente Lula comunique quem será o ministro. Só que essa decisão não tem previsão de sair. Por isso há muita preocupação por parte do mercado que a PEC da Transição fique nas mãos apenas da classe política”, explica um deputado da base aliada de Lula.
Lula e sua equipe não possuem pressa
A avaliação do PT é que a preocupação faz parte de um pequeno grupo do mercado. Os principais nomes do partido garantem que estão dialogando com empresários de todos os setores e o entendimento por parte dos executivos é que o novo governo terá responsabilidade fiscal.
O PT aponta que a escolha de Geraldo Alckmin (PSB) para chefiar a transição deu a credibilidade necessária para as negociações. Além disso, o partido tem destacado que a proposta está sendo estudada por uma equipe técnica, ou seja, não ficará nas mãos apenas da ala política.
Em relação à escolha do futuro Ministro da Economia, a decisão só acontecerá quando a base que apoia Lula concordar com o nome. O presidente eleito não quer que a decisão seja feita apenas por ele e alguns aliados.
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