A derrota de Jair Bolsonaro (PL) para Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições para presidência da República desencadeou uma série de manifestações de caminhoneiros e apoiadores do atual presidente. Ao contrário de Bolsonaro, que ainda não se manifestou publicamente sobre ter perdido a eleição, seus apoiadores iniciaram, já na noite de domingo (30), uma série de protestos com bloqueios de rodovias e queima de pneus.
Os protestos de bolsonaristas entraram no segundo dia nesta terça-feira (1). Segundo um relatório da Polícia Rodoviária Federal (PRF) desta manhã, o país tem 271 pontos com vias obstruídas.
Na segunda, as interditações das rodovias aconteceram em ao menos 23 estados e no DF, em 338 pontos.
Na madrugada desta terça, os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) formaram maioria e confirmaram a decisão individual do ministro Alexandre de Moraes , que determinou à PRF e às polícias militares dos estados o desbloqueio das rodovias. Segundo a PRF, já foram desfeitas 192 manifestações em rodovias federais, mas não foi detalhado onde.
Na segunda, a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes e Logística (CNTTL) divulgou uma nota de repúdio aos protestos, classificando-os como "antidemocráticos".
"Vivenciamos uma ação antidemocrática de alguns segmentos que não representam a categoria dos caminhoneiros autônomos de não aceitação do resultado das urnas. Precisamos respeitar o que o povo decidiu nas urnas: a vitória de Luís Inácio Lula da Silva", diz o texto.
Na segunda-feira, a maior parte dos bloqueios era total - ou seja, nenhum veículo era liberado para passar nas vias tomadas pelos caminhoneiros. Grande parte das estradas onde houve bloqueios era federal, mas também houve atos em rodovias estaduais. Os bloqueios ocorrem principalmente nos estados do Sul e do Centro-Oeste do país.
Em nota, a Polícia Rodoviária Federal disse que está tomando todas as providências para o retorno da normalidade do fluxo das rodovias desde domingo. No fim da manhã desta segunda, a corporação chegou a informar que negociava com manifestantes e que havia acionado a Advocacia-Geral da União (AGU), que representa órgãos do governo em ações judiciais, para apresentar os pedidos à Justiça Federal.
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