O presidente do Novo , Eduardo Ribeiro, disse ontem que — diferentemente do que afirmou o empresário João Amoêdo , fundador e ex-comandante do partido — a nota divulgada pela legenda após o primeiro turno das eleições, liberando o voto dos filiados na segunda etapa, não prevê a opção pelo candidato do PT à Presidência, Luiz Inácio Lula da Silva.
"Na nota, nós nos colocamos claramente contra o PT. Reforçamos que o PT e o lulismo são contrários a tudo o que a gente sempre defendeu", disse Ribeiro.
"No Novo, tem gente que gosta do Bolsonaro e vai votar nele, tem gente que vai votar a contragosto no Bolsonaro e tem gente que não vota de jeito nenhum no Bolsonaro e prefere anular o voto. Mas ninguém vai votar no Lula", completou.
Ribeiro, que classificou a declaração de voto de Amoêdo em Lula como "vergonhosa" e "uma decepção muito grande", justificou a forte reação do partido e de vários de seus líderes e mandatários contra ele. "Como a imagem do João é muito associada ao Novo, muita gente iria achar que o partido estava apoiando o Lula."
O candidato a presidente em 2018, João Amoêdo, surpreendeu e declarou, no dia 15 de outubro, apoio a Lula no segundo turno da eleição presidencial deste ano .
“Os fatos, a história recente e o resultado do 1º turno, que fortaleceram a base de apoio de Bolsonaro, me levam à conclusão de que o atual presidente apresenta um risco substancialmente maior”, afirmou Amoêdo à Folha de S. Paulo.
O ex-candidato ainda criticou o petista durante declaração de apoio. "Discordo integralmente das ideias e dos métodos (Lula). A incapacidade de assumir erros é a garantia de erros futuros. Nunca tive dúvida. Nem Lula nem Bolsonaro merecem meu voto. Serei oposição a qualquer um dos dois. Porém, e infelizmente, a escolha que agora se apresenta na urna não é sobre os rumos que desejo para o Brasil, mas só a possibilidade de limitar danos adicionais ao nosso direito como cidadão. E é só isso que espero manter com essa eleição: o direito de ser oposição", concluiu.
Um pedido de expulsão de Amoêdo do Novo foi protocolado na Comissão de Ética Partidária. Além da sua declaração de apoio a Lula, o pedido se baseia também no suposto desrespeito ao artigo 18 do estatuto do partido, que trata como infidelidade "difamar a imagem ou a reputação" do partido.
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