Bolsonaro recua e nega auditoria em urnas: 'Botando palavras na boca?'

Presidente tinha dito que esperava o relatório do Exército para atestar confiabilidade das urnas eletrônicas, mas deu recuou após constatação da segurança

Jair Bolsonaro negou que Ministério da Defesa tenha feito auditoria sobre segurança das urnas eletrônicas
Foto: Reprodução - 12.10.2022
Jair Bolsonaro negou que Ministério da Defesa tenha feito auditoria sobre segurança das urnas eletrônicas

O presidente Jair Bolsonaro (PL) negou nesta quarta-feira (19) que as Forças Armadas tenham feito uma auditoria para constatar a confiabilidade das urnas eletrônicas e acusou a imprensa de colocar a declaração ‘na sua boca’. Em entrevista no Palácio do Alvorada, Bolsonaro disse que as informações sobre ter recebido a auditoria eram falsas e ressaltou  que a autoria nos equipamentos não é de competência do Ministério da Defesa.

"As Forças Armadas não fazem auditoria. Lançaram equivocadamente. A comissão de transparência eleitoral não tem essa atribuição. Então furada, fake news", disse.

"Você agora está botando [palavras] na minha boca agora? Não bota na minha conta, não", concluiu, ao ser questionado sobre declarações antes do primeiro turno das eleições.

Em entrevista coletiva após a confirmação de que foi ao segundo turno, Bolsonaro afirmou que não daria um parecer sobre o desempenho do sistema enquanto as Forças Armadas não entregassem o relatório. O próprio presidente da República cobrou a participação do Ministério da Defesa na fiscalização do pleito.

"Olha, eles participaram da sala cofre. Devem estar lá até agora. Até o encerramento, vão estar lá. Vai ser feito um relatório pelo Ministério da Defesa", disse na época.

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Interlocutores do Palácio do Planalto admitem que Bolsonaro recebeu o documento e que a auditoria confirma a confiabilidade das urnas eletrônicas. O resultado, contrário ao que esperava Bolsonaro, estaria atrasando a entrega do relatório.

Após a repercussão, o Tribunal de Contas da União (TCU) cobrou a entrega do documento e o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) determinou que o Ministério da Defesa divulgue o relatório em até 48 horas. Na terça-feira (19), o presidente do TSE, Alexandre de Moraes, se reuniu com o ministro Paulo Sérgio Nogueira e recebeu a informação de que a pasta cumprirá o prazo determinado.

Entretanto, equipes de Bolsonaro e Nogueira articulam justificar não ter feito autoria de confiabilidade das urnas eletrônicas, apenas um relatório sobre a transparência do processo eleitoral.