O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não se sente confortável em lançar uma carta aberta para os evangélicos
. O candidato à Presidência da República tem debatido com a sua equipe um manifesto de sinalização aos religiosos, no entanto, petista não quer passar a imagem que seu objetivo é “instrumentalizar” a fé para vencer as eleições 2022
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Segundo apuração do Portal iG, a carta estava pronta e seria publicada nesta segunda (10). O maior entusiasta da publicação é o prefeito de Belford Roxo (RJ) Waguinho (União Brasil), que tem excelente relação com evangélicos do Rio de Janeiro. Na avaliação dele, o documento serviria para tranquilizar lideranças religiosas e mostrar boa vontade por parte de Lula.
Benedita da Silva (PT) também tem defendido o manifesto. A deputada federal acredita que o Partido dos Trabalhadores necessita dialogar com os evangélicos e a carta servirá como uma ponte para que ambas as partes dialoguem não apenas durante o segundo turno das eleições 2022, mas também em um eventual governo Lula.
Só que o ex-presidente não foi convencido totalmente sobre a importância do documento. Para aliados, ele confidenciou que o documento pode parecer uma espécie de “desespero” para ganhar a confiança dos evangélicos.
“Ele teme que a carta seja uma ação errada. A maior preocupação é que os evangélicos passem a acreditar que o documento é apenas uma atitude eleitoreira e que o petista esteja agindo com hipocrisia. Além disso, o Lula nunca usou da fé para ganhar eleição”, explicou um aliado do ex-presidente.
Carta a evangélicos pode não sair
A cúpula do PT estava pronta para divulgar a carta nesta segunda, tanto que trechos vazaram para o Portal G1. No entanto, Lula pediu para que o documento não saísse neste momento. Ele pretende discutir alguns pontos e dialogar com outras lideranças para melhorar alguns trechos.
O ex-presidente quer se sentir totalmente confortável com o conteúdo. Ele quer deixar muito claro que suas intenções são de dialogar com os evangélicos durante seu governo. “Lula quer tê-los no governo. Não tem esse negócio de falar só na eleição. Por isso o documento será discutido ao longo da semana”, diz um dos coordenadores da campanha petista.
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