A campanha do presidente Jair Bolsonaro (PL) encaminhou uma notificação ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) alegando descumprimento da ordem que determinou, no último sábado (8), a interrupção da veiculação da campanha que associa Bolsonaro ao canibalismo , produzida pela equipe do ex-presidente Lula (PT). A equipe do petista resgatou o vídeo de uma entrevista antiga do atual presidente, em que ele afirma que "comeria um índio sem problema nenhum", e o inseriu na propaganda eleitoral para o segundo turno.
"É pra comer. Cozinha por dois ou três dias e come com banana. Eu queria ver o índio sendo cozinhado. Daí o cara: 'Se for, tem que comer'. Eu como! Aí a comitiva, ninguém quis ir. Eu comeria um índio sem problema nenhum", disse Bolsonaro em entrevista ao jornal americano New York Times , em 2017.
No sábado, o ministro do TSE Paulo de Tarso Sanseverino determinou a suspensão da propaganda. As emissoras de televisão foram notificadas no mesmo dia, uma hora depois. Segundo os advogados do presidente, no entanto, depois disso, o material foi veiculado 12 vezes, na TV Record e na TV Bandeirantes, até 11h41 desta segunda-feira (10).
"Os representados (campanha de Lula) não só veicularam a inserção vedada, como intensificaram a exibição nos blocos de maior audiência no domingo, obtendo a melhor audiência para públicos de menor renda e menos escolarizados, de modo a potencializar os efeitos da inverdade e da ofensa imposta aos representantes", alegou a defesa de Bolsonaro.
Os advogados pedem que seja imposta uma multa de R$ 100 mil para cada reexibição e que Lula seja impedido de divulgar propaganda eleitoral até que se "comprove" o cumprimento da ordem judicial.
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