A direção nacional do PSDB está muito preocupada com o resultado do partido nas urnas. A sigla, que fez federação com o Cidadania
, elegeu apenas 13 deputados federais e nenhum senador, além de ter perdido cerca de 26% dos deputados estaduais. O encolhimento fará com que o partido monte uma estratégia para se recuperar.
O encontro entre as principais lideranças da legenda deve ocorrer após as eleições. O partido ainda disputa quatro eleições para governador – Pernambuco, com Raquel Lyra, Rio Grande do Sul, com Eduardo Leite, Paraíba, com Pedro Cunha Lima e Mato Grosso do Sul, com Eduardo Riedel – e tem como expectativa eleger pelo menos dois.
A maior derrota nas eleições 2022 se deu em São Paulo. A sigla comandava o estado por 28 anos, mas não conseguiu chegar ao segundo turno. Rodrigo Garcia teve 18,4% dos votos e viu Tarcísio de Freitas (Republicanos) e Fernando Haddad (PT) passarem para a próxima fase da campanha.
Para piorar, Garcia não esperou o posicionamento do partido e anunciou seu apoio para Jair Bolsonaro (PL) e Tarcísio, sendo muito criticado por correligionários. Aloysio Nunes, José Serra e Fernando Henrique Cardoso, grandes lideranças do PSDB e fazem parte do diretório paulista, manifestaram apoio a Lula (PT).
O racha interno é evidente desde 2018, mas a direção do partido optou por dar plenos poderes a João Doria (PSDB). Na ocasião, ele tinha sido eleito governador do estado de São Paulo e se colocou como um pré-candidato à Presidência da República. Resultado: o empresário fracassou na sua empreitada e abandonou a vida pública.
Sem uma liderança máxima – na década de 1990 e começo dos anos 2000, Fernando Henrique Cardoso era quem tinha maior poder de decisão da agremiação – há um temor que os tucanos percam ainda mais a relevância e se torne um partido nanico definitivamente.
PSDB e a reunião
A reunião do PSDB está prevista para acontecer em novembro, traçando planos para 2024. Uma das propostas que será apresentada por uma ala do partido é focar em cidades do interior do Brasil e eleger o maior número de prefeitos, superando o MDB.
“A gente elegendo mais prefeitos automaticamente vamos eleger mais vereadores. Isso dará uma ótima base para que a gente consiga eleger mais deputados federais e estaduais. Veja o MDB. Eles encolheram em 2018 e cresceram agora. Não temos que pensar em ter um candidato à Presidência antes de sermos fortes no Congresso”, explica um dos tucanos.
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