O presidente do PDT , Carlos Lupi , anunciou que o partido vai apoiar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no segundo turno das eleições 2022 contra o atual mandatário, Jair Bolsonaro (PL).
Em pronunciamento no início da tarde desta terça-feira (4), Lupi disse que decisão entre os membros da legenda foi "unânime".
"Os presidentes estaduais, os deputados federais de mandato, senadores... Entramos em uma decisão unânime, sem nenhum voto contrário — eu repeti isso três vezes, porque se tivesse voto contrário, está gravado — a decisão de apoiar o mais próximo da gente, que é a candidatura do Lula", disse em entrevista a jornalistas.
Ao ser perguntado sobre desavenças durante a campanha entre o candidato do PDT, Ciro Gomes, e Lula , o presidente da sigla respondeu que "o processo político às vezes descamba" e que é normal esse desentendimento "no calor da emoção". "O partido existe para isso, quando ele se reúne e decide. Todos os filiados têm que acatar a decisão".
De acordo com ele, Ciro participou da reunião e disse que "endossa integralmente a decisão" do partido.
Ainda no último dia 2, após os resultados das urnas serem divulgados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Ciro lamentou a derrota nas eleições deste ano e abriu uma porta para apoiar Lula (PT) ou se manter neutro no segundo turno .
Em um pronunciamento de aproximadamente um minuto, Ciro se limitou a dizer que está preocupado com o futuro do país. Ele ainda pediu um tempo para se reunir com correlegionários para definir um apoio no segundo turno, que acontece no próximo dia 30 de outubro .
"Eu quero agradecer aos brasileiros e brasileiras que deram a mim o seu voto. Quero dizer que estou profundamente preocupado com o que estou assistindo acontecer no Brasil", disse.
"Como vocês sabem, vou inteirar 65 anos de vida e 42 anos dedicados ao meu amor e minha paixão ao Brasil. Eu nunca vi uma situação tão complexa, tão desafiadora e tão potencialmente ameaçadora sob a nossa sorte como nação. Por isso peço algumas horas para conversar com meu partido para que a gente possa achar o melhor caminho para servir à nação brasileira."
Ciro ficou na quarta colocação entre os candidatos ao Planalto, com pouco mais de 3% dos votos . Ele ficou atrás de Lula, Bolsonaro e Simone Tebet (MDB).
Lula recebeu ataques de Ciro Gomes ao longo da campanha, mas sempre deixou claro que não iria revidar e gostava muito do pedetista. O ex-presidente pediu que aliados conversassem com o ex-governador para que ele estivesse ao seu lado no segundo turno contra Bolsonaro.
Lideranças do PDT também conversaram com o Ciro Gomes para que ele mudasse de opinião e estivesse com o PT até o dia 30 de outubro.
"Ciro precisa falar a verdade. Ele se surpreendeu com a força de Bolsonaro e sabe que a reeleição dele representa um perigo para democracia. É algo concreto e não mais um achismo ou bravata da oposição", disse um aliado do ex-governador ao iG .
Hoje mais cedo, o governador reeleito de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), disse que vai apoiar Bolsonaro no segundo turno e descartou qualquer possibilidade de se juntar a Lula no pleito .
Ainda no dia do primeiro turno, o PCB formalizou apoio ao petista . MDB, PSDB, Cidadania e União Brasil ainda negociam o apoio e devem anunciar a decisão em breve.
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