O ministro do STF Alexandre de Moraes ordenou a abertura de uma investigação sobre o vazamento de informações de um inquérito da Polícia Federal relacionado de pagamentos suspeitos de gastos da primeira-dama Michelle Bolsonaro
.
De acordo com informações do jornal Folha de S.Paulo, o magistrado do Supremo Tribunal Federal teve acesso a conversas de um funcionário do presidente Jair Bolsonaro (PL), o tenente-coronel Mauro Cesar Barbosa Cid, com colegas de trabalho que apontam a existência de depósitos fracionados e saques em dinheiro para a realização de transações.
Segundo o conteúdo das trocas de mensagens, há indício de movimentações financeiras que eram destinadas para quitar dívidas pessoais da família do presidente e de pessoas próximas a primeira-dama.
Moraes, que também é presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), ordenou a abertura de uma apuração administrativa sigilosa para que o juiz do seu gabinete Airton Vieira seja o responsável pela condução do processo.
No documento, o ministro solicitou que a Procuradoria-Geral da República e o delegado da Polícia Federal, Fábio Alvarez Shor, deem explicações sobre acesso a decisões e os documentos produzidos nos autos.
As investigações podem fazer com que o delegado da PF seja afastado, caso ele tenha sido responsável pelo vazamento. A punição serve para servidores de outros cargos.
Jair Bolsonaro critica Alexandre de Moraes
A repercussão sobre o caso repercutiu nas redes sociais e irritou profundamente o presidente Bolsonaro, que é candidato à reeleição. Em live feita na noite da última terça (27), o chefe do executivo federal afirmou que Moraes é o responsável pelo vazamento e que o ministro “ultrapassou todos os limites” ao tornar a primeira-dama como maior alvo da investigação.
“Alexandre, você mexer comigo é uma coisa. Mexer com a minha esposa, ultrapassou todos os limites, Alexandre de Moraes, todos os limites. Está pensando o que da vida? Que você pode tudo e tudo bem? Você um dia vai dar uma canetada e me prender? É isso que passa pela sua cabeça? É uma covardia”, falou o governante.
Na live, Bolsonaro afirmou que tenha qualquer irregularidade em relação ao assunto. Ele relatou que as movimentações nas contas dos funcionários eram de cerca de R$ 12 mil e tinham como objetivo quitar dívidas com a escola da filha e de uma tia da primeira-dama.
O governante também negou que tenha feito o uso do cartão corporativo para pagar as despesas.
Entre no canal do Último Segundo no Telegram e veja as principais notícias do dia no Brasil e no Mundo. Siga também o perfil geral do Portal iG.