Os cinco principais candidatos ao governo de São Paulo se reuniram na noite desta terça-feira (27) para o debate da TV Globo. Estavam presentes Fernando Haddad (PT), Tarcísio de Freitas (Republicanos), Rodrigo Garcia (PSDB), Elvis Cezar (PDT) e Vinicius Poit (NOVO).
Seguindo a lei eleitoral, foram convidados os candidatos de partidos com representação no Congresso Nacional de, no mínimo, cinco parlamentares, e sem impedimento na Justiça, seja eleitoral ou comum.
Apesar de o Estado ser a pauta, Brasília esteve no centro das atenções a maior parte das vezes. Não faltaram referências ao presidente Jair Bolsonaro (PL) e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, os principais candidatos da corrida nacional. As menções eram tanto em defesa do legado de ambos, no caso de Tarcísio e Haddad, respectivamente, como forma de criticar o candidato aniversário.
Com 1% nas intenções de voto , Elvis Cezar foi um dos participantes mais provocadores do debate. O ex-prefeito atacou o candidato do Republicanos. “Tarcísio, fica tranquilo que eu não vou perguntar onde você vota”, disse. Para Rodrigo Garcia, criticou o em torno do governador e a gestão dele, conseguindo irritar o político.
Reflexo de Brasília
O primeiro bloco começou com uma troca de perguntas entre Haddad e Tarcísio de Freitas, que nacionalizaram o debate em São Paulo . O candidato do PL citou o presidente Jair Bolsonaro (PL) logo de cara e atacou a gestão petista. Já o ex-prefeito elencou comportamentos e decisões negativas de Bolsonaro. “É esse o governo que você quer trazer para São Paulo?”, questionou. Tarcísio rebateu defendendo as políticas dos últimos quatro anos. “É um governo que faz acontecer. É um governo que entrega resultado”, disse.
Garcia aproveitou a discussão para tentar se diferenciar dos rivais. “Um se pendura no Lula. Outro se pendura no Bolsonaro. E ninguém fala de São Paulo”, provocou.
Com tema livre, os candidatos abordaram geração de emprego, segurança pública e preço dos pedágios.
Perguntas temáticas
No segundo bloco, os temas das perguntas eram sorteados pelo mediador, o jornalista César Tralli. Ao falar sobre meio ambiente, Elvis Cesar prometeu despoluir em 50% a poluição do Rio Tietê. “Vamos universalizar o saneamento básico no alto tietê”, disse.
Rodrigo Garcia teve de perguntar sobre obras inacabadas e escolheu Tarcísio de Freitas para responder. O político aproveitou para defender a própria gestão no Ministério da Infraestrutura.
Fernando Haddad questionou Elvis sobre moradia e defendeu a união entre prefeitura e os governos estadual e federal em torno de programas como o Minha Casa, Minha Vida.
Tarcísio de Freitas perguntou a Poit sobre ciência. O candidato do Novo falou sobre investimento nas universidades do interior paulista enquanto o ex-ministro defendeu uma “reindustrialização” de São Paulo.
Poit cobrou medidas de Rodrigo Garcia para combater a fome. O governador divulgou, entre outras coisas, o projeto do Cartão Bom Prato, com depósitos mensais de R$ 300 para a população de baixa renda. “O Estado vai agir para ajudar quem precisa e dar oportunidade para quem está buscando”, prometeu o tucano.
Ataques diretos
Novamente com temas livres, o bloco se destacou com o tom mais agressivo dos candidatos. Rodrigo Garcia foi alvo dos demais concorrentes, que destacaram o fato da gestão tucana estar há mais de 20 anos no governo do Estado. Além da disputa por um lugar no segundo turno, a campanha petista tenta evitar o avanço do atual governador, que eles julgam ser mais difícil de vender do que um nome apoiado por Jair Bolsonaro.
Poit cobrou Haddad sobre uma declaração de Lula, que afirmou que o jeito “ignorante” de Bolsonaro é “do interior de São Paulo”. O petista defendeu que a frase foi tirada de contexto e atacou. “Você não entende de política, Poit”, sentenciou.
Lava Jato e primeira-dama
Os temas voltaram a ser sorteados no último bloco. A primeira pergunta foi sobre combate a corrupção. Point questionou Tarcísio de Freitas sobre a operação Lava Jato, que, segundo ele, foi “esvaziada” no governo Bolsonaro. O ex-ministro respondeu defendendo a indicação de quadros técnicos para as pastas.
Tarcísio perguntou a Haddad sobre diversidade. O petista classificou o tema como um dos maiores erros da gestão federal. “A diversidade é a grande riqueza nacional”, pregou. O ex-ministro da infraestrutura citou leis em benefício das mulheres e chegou a enaltecer a primeira-dama, Michele Bolsonaro, ao classificá-la como um símbolo de inclusão ao fazer discursos em libras.
Os candidatos ainda debaterem temas como cultura e lazer, segurança pública e despoluição dos rios do Estado. O atual oocupante do Palácio dos Bandeirantes disse sofrer ameaças do crime organizado. “Estou combatendo a criminalidade como nenhum outro governador jamais enfrentou. Sofrendo ameaças pessoais. Mas eu não vou retroceder”, disse Rodrigo Garcia.
Considerações finais
Rodrigo Garcia aproveitou a fala final para, mais uma vez, se apresentar como a via para resolver a polarização. “Desde quando começou essa guerra política e ideológica, nada melhorou”, disse.
Vinícius Poit defendeu que a eleição não está decidida e que uma virada é possível. “Os policiais, os professores e os médicos serão prioridade no nosso governo. E não os políticos”.
Fernando Haddad citou a possibilidade de um eventual governo do Estado petista estar alinhado ao Executivo nacional em caso de uma vitória de Lula. “Brasil e São Paulo podem caminhar juntos e acabar com essa briga de um presidente e um governador”, disse, lembrando a rivalidade e disputa política entre Bolsonaro e João Dória.
Elvis Cezar também se mostrou confiante com uma reviravolta das pesquisas e pediu uma chance aos eleitores. “Nós juntos vamos para o segundo turno e ganharemos a eleição. É um projeto novo, mas com capacidade e experiência”.
Por fim, Tarcísio se apresentou com um nome técnico. “Não sou político profissional. Estou na minha primeira eleição. Sou engenheiro. Estou acostumado a tirar projetos do papel.”
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