Ministro de Bolsonaro já criticou quem duvidava de pesquisas

Ciro Nogueira chamava o comportamento de "desespero"

O ministro Ciro Nogueira (Casa Civil)
Foto: Agência Senado - 16.09.2022
O ministro Ciro Nogueira (Casa Civil)

Em 2012, o ministro da Casa Civil Ciro Nogueira (PP) criticou quem fazia questionamentos sobre pesquisas eleitorais. Na ocasião, o senador licenciado apoiava o governo Dilma Rousseff (PT) e defendia publicamente o trabalho feito pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Atualmente, ele está na base do presidente Jair Bolsonaro (PL).

“Esta história de trama de instituto de pesquisa é o primeiro sinal de desespero de quem esta caindo em pesquisas”, ironizou Nogueira há dez anos. À época, a indireta era feita contra opositores no início da corrida eleitoral de diversos municípios do Brasil.

Atualmente, é Bolsonaro, junto com seus aliados, que questiona os dados dos institutos de pesquisas. Segundo o atual chefe do executivo federal, os levantamentos feitos pelas empresas estão equivocados e ele vencerá no primeiro turno, colocando em dúvida também o processo eleitoral.

Ciro Nogueira tem seguido o mesmo caminho e dito que o presidente da República será reeleito porque vencerá em 18 estados brasileiros. “Para ANOTAR. Daqui a UMA semana, o que NÃO teremos? PT ou Lula no poder. E o que teremos? Bolsonaro mais presidente do que nunca!”, escreveu o ministro recentemente.

No dia 7 de setembro, ele participou dos atos bolsonaristas e criticou o Datafolha. “Nunca vi um mar tão grande aqui, com essas cores verde e amarela. Aqui não tem a mentirosa Datafolha, aqui é o nosso 'Datapovo'. Aqui a verdade, aqui a vontade de um povo honesto, livre e trabalhador”, alfinetou.

Pesquisas eleitorais

As acusações bolsonaristas, sem apresentação de provas, não tem ocorrido por acaso. A maioria tem mostrado o ex-presidente Lula vencendo as eleições no primeiro turno. O último levantamento Ipec, divulgado na segunda-feira (26), mostrou o petista com 52% dos votos válidos.

O Datafolha também aponta uma vitória de Lula já no dia 2 de outubro. O último relatório da empresa indicou o ex-presidente com 50% dos votos válidos, muito à frente de Jair Bolsonaro, que é o segundo colocado.

A campanha bolsonarista tem trabalhado para evitar que o seu principal adversário vença no primeiro turno.

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